Quando pessoas se associam para tomar para si coisas que os outros pagam mas não têm, a tipificação é de formação de quadrilha. No Congresso acontece o mesmo. Farras e mais farras, com cumplicidades mútuas, envolvendo todos os partidos dos mais diversos matizes. Passagens, publicidade, consultorias obscuras, jantares, tudo com a nossa grana. O pior de tudo é que isso virou uma cultura da mordomia, dentro de uma "legalidade" por eles mesmos estabelecida. Quem chega já entra no esquema, e ninguém questiona nada. E, se alguém é pego, todos se juntam para inocentá-lo. Eles criam as leis, eles as descumprem e eles julgam e inocentam os culpados, e ainda passam na nossa cara: é imoral, e daí? Quem vai encarar?
Alguns dizem que o que fazem pode ser imoral, mas não é ilegal. Se considerarmos que a moral é uma das fontes do direito, as leis que legitimam a imoralidade não podem ser aceitas pela sociedade. E quem fará a sociedade se levantar para passar o rodo nessa esculhambação sem fim, se o executivo e o judiciário não botam a colher no caso porque também usam dos mesmos expedientes, e a grande maioria da sociedade organizada, de uma forma ou de outra, é cooptada para benesses do poder?
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Congresso: Imoral, e daí?
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