domingo, 11 de outubro de 2009

Cutrale : a versão do MST

Tem coisas que mesmo a gente acreditando na infinita capacidade humana de fazer coisas estúpidas, deixa-nos de orelha em pé. Conheço o MST e uma vantagem organizacional que têm é a da descentralização quase completa das suas ações. A coordenação de um acampamento tem autonomia para adotar a tática que melhor avaliar para o enfrentamento com o latifúndio. A outra desvantagem também é essa descentralização, que permite a existência de excessos, a infiltração por sabotadores e delatores ligados aos poderes do estado e "cabos Anselmos" plantados pelas organizações dos fazendeiros.

Quando vi noutro dia uma imagem aérea um trator detonando laranjeiras das terras griladas pela CUTRALE no interior de São Paulo, depois a foto do trator com a pichação "MST", depois a apreensão pela polícia de um caminhão com coisas da fazenda e roubo atribuído ao MST, e um galpão cheio de pichações com boas letras e português razoável, ver Caiado, Kátia Abreu e um desfile de gente de direita e mesmo do governo espumando e pedindo, no mínimo, uma CPI para o MST, pensei comigo: o MST pode ter muitos defeitos, mas não seriam estúpidos a esse ponto de dar à grande mídia e ao poder político dos donos de terras uma porção de elementos para trabalharem a opinião pública contra eles. Isso tem tudo para ser uma daquelas armações que ao longo da vida vi contra o PT e a CUT, do tempo que ofereciam riscos às elites. Que tal o sequestro de Abílio Diniz às vésperas das eleições de 1989, com os sequestradores vestidos pela polícia com camisas do PT? E do crime de Freguesia do Ó, atribuído ao PT?

De fato, não vi nenhuma declaração na TV de alguém do MST explicando os fatos, apenas as "evidências" possivelmente plantadas, e a condenação jogada à opinião pública. Para quem quiser ver o outro lado que a imprensa não mostrou por razões ideológicas, aqui vai o link do MST com a sua versão.

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