terça-feira, 5 de abril de 2011

Código Florestal : deputados financiados por desmatadores

Hoje houve uma manifestação em Brasília para pressionar o Congresso para votar imediatamente a alteração do Código Florestal, onde entre outras coisas se prevê a anistia de multas a desmatadores e redução das áreas de preservação nas propriedades. A proposta foi aprovada na Comissão Especial do Código Florestal no ano passado por 13 x 5. Coincidentemente, os 13 que votaram a favor dos ruralistas receberam, juntos, R$ 6,5 milhões para suas campanhas de reeleição no ano passado, doados por empresas do agronegócio, pecuária e papel e celulose, todas interessadas na mudança do código.


Apesar de toda a demonstração de poder econômico na mobilização, os ruralistas liderados pela senadora Kátia Abreu (DEMo) perderam a viagem: o presidente da Câmara vai esperar que a comissão de negociação chegue a uma proposta, ou seja, retardou o cronograma.

Incrível nisso tudo é a postura do deputado Aldo Rebelo, do PC do B: coloca-se plenamente a favor das modificações, dizendo-se em defesa dos pequenos proprietários. A pretexto de legalizar a situação do pequeno produtor que, na ilegalidade, não pode pegar linhas de crédito em bancos oficiais, a contrabando leva a anistia aos grandes crimes ambientais praticados por empresas do agronegócio e pecuaristas. O próprio Rebelo recebeu cerca de R$ 172 mil de cooperativas. Ou os comunistas não são mais os mesmos, ou o combate ao latifúndio e a defesa do meio ambiente viraram bandeiras burguesas.

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