Nos últimos dias o noticiário brasileiro focou o caso da escola de Realengo, enquanto o couro comia na Líbia. Mesmo com o apoio aéreo da OTAN, os rebeldes perderam terreno. Estão ilhados em Misrata, onde passam fome e sofre forte ataque das tropas do governo, e novamente estão vendo os homens de Kadafi chegando perto da principal cidade dominada pelos rebeldes, Benghazi. Nisso, conforme Kadafi prometeu, milhares de pessoas abandonam a Libia e correm para a Europa, principalmente para a Itália.
Berlusconi não quis nem saber: deu a cada imigrante um documento permitindo que circulassem por toda a Comunidade Européia. Para a França, não teve negócio de "egalité, liberté e fraternité": barrou na fronteira um trem cheio de imigrantes que vinham da Itália. A Comunidade Européia referendou a posição francesa, de impedir a entrada dos refugiados líbios. Direitos humanos começam a virar figura de retórica. Parece que a Europa não quer refugiados, mas que essas pessoas fiquem lá para morrerem em combate pelo petróleo que lhes interessa.
Que fazer agora? Os EUA jogaram mísseis e entregaram a peteca à OTAN, que não mandou tropas mas, ao invés de garantir a segurança dos civis, apoiou militarmente, de forma escancarada, a ofensiva dos rebeldes contra as tropas do governo, atacou civis, enfim, enfiou os pés na lama, digo, na areia. Agora temos os rebeldes firmes na postura de não negociar com Kadafi para lutar até a morte, reclamando do ocidente que não manda armas, e a Grã Bretanha preparando a retirada de civis de Misrata. E quem pode, caindo fora para a Itália, que logo começará a devolver os barcos com refugiados.
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