segunda-feira, 25 de abril de 2011

Minas : A censura de Aécio

Hoje o jornalão carioca O Globo havia duas matérias defendendo o direito do senador mineiro Aécio Neves tomar quantas biritas quiser, citando outros políticos de mesmo hábito. A coluna do Noblat, pelo menos, teve a dignidade de dizer que pode beber mas não pode dirigir, mas que o guarda que aplicou duas multas a Aécio deveria ser homenageado como herói, já que o hábito na política é a carteirada, o "sabe com quem está falando?" dos arrogantes.


O candidato da Globo a presidente em 2014 pisou na bola deixando a parte da mídia que ainda não censura ou que não o apoia registrar os fatos. Em Minas, por exemplo, a imprensa não fala nada contra Aécio. Na Assembléia Legislativa, por conta da censura ou auto-censura da imprensa, quatro partidos de oposição criaram o Bloco Minas Sem Censura. O grupo reúne 23 dos 77 deputados estaduais, e tem um blog que publica até furos de reportagem, o www.minassemcensura.com.br . A censura chega aos tribunais, aos meios acadêmicos, e o que passa para Minas e o Brasil é que o estado é um mar de prosperidade.

Vale a pena ler a entrevista do jornalista Luiz Carlos Azenha, do blog Viomundo, com o MSC. Aqui vão três "verdades" dos tucanos mineiros que a entrevista desmente:

1) “Déficit zero” – Se verdade, significaria o equilíbrio entre receitas e despesas. Só que o professor Fabrício Oliveira comprovou que foi um simples exercício de “contabilidade criativa”. Nada mais é que do que a manipulação de rubricas variadas, de forma a produzir resultados artificiais de equilíbrio fiscal, que não são verificáveis no caixa do governo. Além, claro, de arrocho salarial e restrição de recursos para saúde e educação, a ponto de não cumprir os “mínimos constitucionais” exigidos para essas áreas.

2) “Choque de gestão” – Além do falso “déficit zero”, o choque se completa com a intrusão de ferramentas gerenciais privadas nos processos de gestão públicos, como se estas fossem curar todos os males da máquina administrativa . Aí, vem os técnicos e criam “ilhas de excelência”, ou seja, algumas políticas públicas restritas, apenas para que sirvam de propaganda de êxitos que são, na prática, questionáveis e muito parciais.

Ao final, o estoque da dívida real do estado cresceu de 33 bilhões, em 2003, para 59 bilhões de reais em 2011. Mantêm-se as fortes desigualdades regionais que caracterizam Minas e cresce a desindustrialização no estado. O próprio Itamar, hoje aliado de Aécio, se refere ao choque de gestão como “uma conversa fiada”. O artigo crítico do professor Fabrício Oliveira (Choque de Gestão: verdades e mitos) pode ser encontrado em http://migre.me/4kShA.

3) Centro Administrativo – Desnecessário e na contramão da tendência mundial contemporânea de descentralização. Mais de R$ 1,5 bilhão foi gasto para produzir uma obra destinada a criar uma imagem “Kubitschek” de empreendedor, desenvolvimentista e de jovialidade para o pretenso candidato à presidência da República. Arquitetos e engenheiros estimam que em aproximadamente 15 anos idêntica quantia será gasta em manutenção, adaptação e correção do projeto estrutural. Aliás, a pressa da inauguração expôs falhas e deficiências da obra, que já estão sendo investigadas.

Um comentário:

  1. Caro Fernando, parabéns pelo blog. Acho que o blog do branquinho deve ser o mais visitado pelo ex-governador de MG..rsrsrs
    Um grande abraço.
    Henrique Paiva - hpaiva@ymail.com

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