Hoje a OTAN bombardeou novamente as tropas rebeldes. É o segundo ataque do "fogo amigo" em menos de uma semana. Dizem ter confundido os tanques dos revoltosos com os das tropas governamentais.
Como previram os países que se abstiveram na ONU na votação de intervenção militar, incluindo-se o Brasil, a resolução aprovada permite qualquer coisa que as superpotências queiram fazer por lá, a título de "defender vidas". A idéia era nivelar o conflito, tirando a vantagem aérea de Kadafi, mas desde o início o que se fez foi um escancarado apoio às tropas opositoras, com bombardeios de prédios públicos, tanques, tropas, soldados e mesmo de civis em Trípoli e outras cidades.
A princípio, os rebeldes sairam retomando as cidades estratégicas para a venda de petróleo ao exterior, e anunciaram que começariam a retomar a operação de exportação. Num segundo momento, Kadafi reagrupou suas tropas e retomou tudo. Depois os rebeldes voltaram, e Kadafi os expulsou. Nisso, muita gente vai morrendo, muito mais que os civis que se pretendia salvar com a intervenção militar.
Kadafi propôs abrir a discussão política, fazer reformas, etc. Nem os rebeldes, achando-se fortes com o apoio das potências, nem estas, querem saber disso: só a derrota completa de Kadafi interessa. Apesar do discurso das potências, não cedem aos rebeldes as armas necessárias à continuação do combate, e o massacre continua. E se der as armas, o massacre continuará, com sinal contrário.
Parece que para os interesses do capital ter uma Líbia completamente arrasada e indefesa, vendendo petróleo a preço de banana, é a grande meta agora, pouco se importando quantos vão morrer ou quem vai vencer. Os saqueadores não ocuparão a Líbia com soldados, mas entrarão com tudo para reconstruí-la cobrando um alto preço em troca do petróleo.
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