quinta-feira, 7 de abril de 2011

Rio : Chacina em escola pública mata pelo menos 10

Onze crianças entre 9 e 14 anos foram mortas ou feridas por um homem de 22 anos que entrou na escola municipal Tasso da Silveira em Realengo, subúrbio do Rio. Há cerca de 20 feridos, sendo 3 em estado grave. O matador, segundo informações da TV, levou um tiro na perna e depois teria se matado, depois de confronto com policial. Segundo o policial, o criminoso foi baleado quando subiu as escadas e não atendeu ao pedido para se entregar, matando-se. O governador elogiou o policial Márcio por ter evitado mais vítimas.


Governador e prefeito vão ao local. Hospital da região lotado, população revoltada reclamando de tudo, deputado oportunista em programa de TV já atira nas autoridades dizendo que a guarda municipal só serve para multar e não para dar segurança, etc. A escola tem mil problemas, de bullying a violência, falta de condições adequadas, mas isso só aparece na forma de enxurrada quando um fato como esse acontece. Aí entra na cadeia de carêcias o hospital Albert Schweitzer, que não tem leitos, sangue, etc, exigindo a mobilização de helicópteros para levar a outros hospitais.

O homem entrou na escola dizendo que iria dar uma palestra. Wellingon Oliveira, o matador, teria deixado uma carta e desde os atentados de 11 de setembro de 2001 teria ficado fixado no assunto, e sua mãe teria sido esquizofrênica. A família dizia que ele andava como mendigo. Teria chegado com duas armas. Pelo visto, tinha muita munição, pois pelo menos 33 tiros foram disparados, obrigando à recarga das armas.

Noutro dia levei duas crianças a uma escola municipal. O normal é o portão fechado, e a entrega das crianças aos responsáveis, que podem chegar ao pátio. Uma das crianças, entretanto, resolveu ir embora no meio do horário letivo, e não encontrou dificuldades para sair,, sem que qualquer responsável estivesse do lado de fora para recebê-la. O fato é que ninguém quer encarar os alunos, via de regra pobres, moradores de comunidadades carentes. Na falta de guarda municipal, as pessoas da escola não querem correr riscos.

Segundo a chefe polícia, delegada Marta Rocha, em entrevista coletiva agora no local, a escola comemorava 40 anos, e vários ex-alunos foram convidados para fazer palestras. Como o assassino era ex-aluno e alegou ir fazer palestra, conseguiu passar do portão. O homem não tem antecedentes criminais. Os corpos estão sendo identificados, para comunicação às famílias, e só com permissão destas terão os nomes divulgados.

Depois de vários meses em relativa paz, ontem tivemos no Rio um arrastão de 15 bandidos fortemente armados na Linha Vermelha. Apesar da retomada de áreas ocupadas pelo tráfico armado, ainda há muito armamento nas mãos de traficantes e colaboradores. Até o momento não se levantou se há vínculo entre o matador e o tráfico, mas creio que alguma coisa aparecerá. Ninguém tem duas armas e munição em casa, sem ser colecionador, se não tiver ligações com o crime organizado. A manchete já está em vários sites internacionais.





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