Assisti pela TV o discurso de Lula num evento promovido em Nova Iorque pelos jornais Valor Econômico e Wall Street Journal. O público alvo foi composto de jornalistas, economistas e empresários americanos. Lula falou de improviso, e abordou todos os assuntos que interessam ao Brasil nesta conjuntura de crise: protecionismo, perseguição a imigrantes, créditos, regulamentação do mercado financeiro mundial, manutenção de empregos, rodada de Doha, etc.
O mais interessante foi a postura de Lula, ao mostrar, com muita credibilidade, o Brasil como um oásis atrativo a investidores em meio à crise. Em alguns momentos chegou a falar como líder de potência soberana do primeiro mundo, ao propor soluções para a África, América Latina e mesmo para os Estados Unidos e Europa. Chegou a dizer que o FMI deveria aplicar aos países desenvolvidos a mesma vigilância que teve em relação aos emergentes, e que a saída da crise está acima da economia, passando pela política para salvar o planeta e construir uma sociedade diferente da atual.
O encontro de sábado com Obama rendeu mídia positiva nos Estados Unidos, explicitando a posição brasileira em relação à crise. Há poucos dias o Brasil e outros países emergentes passaram a participar do comitê de supervisão do sistema bancário mundial. Neste momento de caos, quem chegar e falar com segurança sobre os problemas e propuser soluções terá platéias atentas. Enquanto isso, o assunto de hoje na América é o bônus imoral que os dirigentes da AIG receberão mesmo apresentando o estrondoso rombo que o contribuinte americano teve que bancar, através do pacote de ajuda governamental.
segunda-feira, 16 de março de 2009
A ofensiva de Lula nos EUA
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