Ontem um projeto de lei de iniciativa popular com 1,3 milhão de assinaturas deu entrada na câmara federal, visando barrar o registro de candidaturas de pessoas que tenham sido condenadas em primeira instância em processos como corrupção, estupro, assassinato, roubo e outros de maior gravidade. Ao receber o projeto, o presidente da câmara, Michel Temer, acolheu a proposta e ponderou que o adequado seria a condenação em segunda instâcia, que é colegiada.
Essa preocupação com a qualidade dos candidatos, entretanto, não tem como barrar péssimos exemplos pessoais como candidatos "famosos", verdadeiras iscas para arrebanhar votos de incautos para engrossar bancadas que, por contrabando, acabam elegendo picaretas de menos votos via legendas. Alguns desses eventuais campeões de votos acabam excedendo os quocientes eleitorais para suas próprias eleições, e as sobras elegem, na proporcionalidade, outros candidatos com menos votos. Um exemplo dessa distorção foi a votação do Enéas para deputado federal, que acabou elegendo gente com menos de 5 mil votos, enquanto candidatos de outros partidos com mais de 100 mil votos perderam pela falta de votos totais das suas legendas.
Na semana passada, o jogador Romário filiou-se ao PSB, declarando, no ato da assinatura da ficha, que estava se filiando ao PSDB. A falta de noção é a mesma que o fez ir preso recentemente por falta de pagamento de pensão alimentícia, ter leiloado um apartamento por ação indenizatória de vizinho, e uma vida indisciplinada que sempre trouxe problemas profissionais. "Treinar prá quê?" é o bordão que acompanhou sua trajetória mais recente, onde colocava suas farras acima da necessidade de fazer parte do esforço das equipes onde participava.
Outro que pretende se candidatar é o jogador Edmundo, o Animal, pelo PR. Condenado pela morte de três pessoas em um acidente de carro, recorre em liberdade. Apesar de ser um expoente do futebol, querido como Romário pelas torcidas dos times por onde passou, é outro cuja trajetória pessoal não contribui como exemplo para ocupar cargos de representação política. Só quem pode barrar esse tipo de oportunismo de partidos e pessoas é o eleitor, que, infelizmente, olha para as alegrias do passado e abona com o seu voto a incipiência de qualidade política desses "famosos". Agnaldo Timóteo e Clodovil, por exemplo, expuseram a inexperiência nos seus mandatos e se tornaram mais folclóricos que efetivos na defesa dos interesses do povo.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
O dano dos "fichas-sujas" e "famosos" à política
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