No próximo dia 2/10, em Copenhagen (Dinamarca), será escolhida a cidade que sediará as Olimpíadas de 2016, entre Rio, Tóquio, Chicago e Madri. Em jogo, bilhões de dólares em investimentos públicos e privados, que resultarão em benfeitorias para o futuro de qualquer cidade escolhida.
Madri tem boa plataforma, mas o Comitê Olímpico Internacional normalmente não faz duas olimpíadas no mesmo continente e a de 2012 já será em Londres. Tóquio também tem boas chances, mas a disputa mais aguerrida na mídia acontece entre Rio e Chicago (EUA). Lula e Obama estarão no evento de escolha, cada qual com os seus lobistas e amplos esquemas de marketing. Na internet, diversas pesquisas coletam votos virtuais, estando o Rio sempre na disputa mais forte com as cidades localizadas nos países de origem dos sites.
Chicago enfrenta uma imensa crise, com a quebra da indústria automobilística americana. Pesquisas de opinião locais mostram que a população não quer as Olimpíadas, por entender que o gasto pode ser melhor direcionado para a assistência às vítimas da crise. Não é o que pensa o governo americano, que agora corre atrás de qualquer investimento para tentar sair da crise.
Para o Rio, a expectativa foi criada desde o Pan-Americano de 2007, quando alguma infra-estrutura foi montada, como a construção do estádio do Engenhão e o parque aquático Ana Lenk. A sintonia entre os governos municipal, estadual e federal rendeu uma grande campanha publicitária tanto no Brasil como no exterior, e um poderoso lobby, que pode ser mais decisivo que a infra-estrutura existente, ainda incipiente.
No Pan de 2007 as obras tocadas pelo perdulário ex-prefeito Cesar Maia (DEMo) ficaram aquém do esperado. Uma reforma do Maracanã foi tópica, e terá que passar por forte intervenção para se adequar aos padrões da FIFA para a copa de 2014. Quanto ao Engenhão, fica a impressão que o estádio "pousou" num terreno no Engenho de Dentro, já que não há nenhuma obra de benfeitoria no entorno, faltando vagas para estacionamento. A expansão do metrô anda a passos de tartaruga, e não há, até o momento, uma diretriz para a criação de linhas para a Barra da Tijuca, o Aeroporto e áreas de grande densidade previstas no projeto inicial, como a Grande Niterói e a Baixada Fluminense. Além disso, mesmo com pequenas iniciativas de "pacificação" de áreas dominadas pelo crime organizado, há focos de potencial violência em toda a cidade.
Nesta sexta, dia 2, haverá ponto facultativo no Rio, e diversas atividades culturais para criar aglomerações de apoio ao projeto Olimpíadas 2016. A população é amplamente a favor, entendendo que os benefícios valerão os investimentos. Tomara que consigamos sucesso, porque os esforços para esse evento, somados aos da Copa de 2014, poderão deixar no Rio as condições para o renascimento como cidade melhor para viver e para se visitar. Isso, claro, se os investimentos prometidos forem feitos, com qualidade e sem corrupção.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Olimpíadas de 2016: redenção para o Rio?
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