quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Berlim : estranha cidade


No último dia 9 de novembro comemorou-se o aniversário de 20 anos da queda do muro de Berlim, o que simbolizou o fim da guerra fria e alguns entenderam como o fim da opção socialista (como se o estalinismo fosse isso) e a vitória final do capitalismo. Já que estava perto, em Paris, mudei os planos de viagem (o caminho se faz ao andar, é a melhor definição das minhas viagens) e resolvi vir a Berlim, aproveitando uma promoção da empresa aérea Swiss, que oferecia a vinda por 43 euros e a volta por 18 euros, ou seja, ida e volta por cerca de R$ 160, mais barato que um trecho Brasilia - Rio. Como saiu atrasado de Paris (precisão suiça...),tivemos a conexão remarcada e chegamos à noite.

Passado o impacto original de ler qualquer coisa e não entender nada de alemão, navegando pelos poucos fragmentos de informação em outras línguas e alguns símbolos universais, cheguei a um posto de informações onde o funcionário muito gentil pouco falava de inglês e não conhecia muita coisa da cidade. Esgotado o recurso, ganhei um mapa e disse "danka", que serve para qualquer eventualidade. Ao lado havia o guichê dos ônibus. Comprei um bilhete por 2,10 euros integrado ônibus e metrô. Quem sai do aeroporto de Tegel (que tem as linhas internacionais) pelo ônibus X-9 vai até o metrô do Zoológico. Metrô aqui é representado por um "U", trem por "S". Pegamos o U2, linha que vem para o centro. Antes de entrar no ônibus validamos o ticket numa máquina amarela que estava na parada, que carimba o ticket com a hora. Se não fizer isso e o fiscal te pegar, toma uma multa pesada.

Como a noite não estava fria, foi possível dar uma caminha a pé. Tudo muito deserto, amplo, acho que foi porque a destruição na guerra foi geral, e depois os terrenos ficaram vazios permitindo um planejamento na reconstrução. Em frente ao Portão de Brandemburgo há uma avenida muito larga, que lembra o Eixo Monumental de Brasília, no sentido da Berlim Oriental. Fomos até a torre de TV, descemos até um lugar sinistro, cheio de conjuntos habitacionais próximos à ilha dos museus, e voltamos para o hotel praticamente sem ver bares, restaurantes e gente. Muito esquisito.

De imediato, constatamos que os preços das coisas são menores que em Londres e Paris, a começar pelo hotel e pela cerveja. Agora pela manhã visitei o Museu do Muro, que fica ao lado do Checkpoint Charlie, que era a única passagem entre a Berlim Ocidental e a Oriental. Vou agora à parte oriental onde está o que restou do muro. Perto do hotel tem o terreno onde havia o quartel general da Gestapo, onde há uma exposição aberta de nome Topografia do Terror. Fui.

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