terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

SP : Carnaval Globeleza virou baderna na apuração

A Globo já tinha conseguido o mais difícil no carnaval paulistano, que era jogar os desfiles do grupo principal para sexta e sábado, adequando a festa à sua grade de programação. Pouco importa para eles se o folião precisar faltar ao trabalho na sexta para chegar a tempo à concentração da sua escola com fantasia e tudo, o que vale é o monopólio da transmissão das imagens e os lucros pela venda de espaços a patrocinadores.

Para quem conseguiu isso, o resto seria tranquilo. Botaram a apuração do desfile das escolas de samba de Sampa para a terça, e a do Rio para quarta, faturando duas audiências no horário da tarde. Tudo muito parecido entre Rio e São Paulo no carnaval, exceto a qualidade da transmissão e da tecnologia empregada, que no Rio dá de goleada. Talvez na crença da pasteurização dos produtos de carnaval que vende, algum executivo tenha achado que não precisaria de muita segurança na apuração dos resultados, afinal, no Rio há faz tempo que a apuração não é feita mais dentro de um batalhão da polícia para evitar violência.

Quem quer que seja o responsável, Globo ou Liga das Escolas, o fato é que acreditaram que não teria importância para a segurança São Paulo ter escolas de samba tradicionalmente rivais, e muito menos que aquelas ligadas ao Corinthians, Palmeiras e São Paulo, cujas torcidas vivem se matando toda vez que se encontram. Acharam que uns 20 policiais seria suficiente, até que um dirigente de uma escola menor pulou o alambrado, chegou à mesa apuradora e rasgou os votos, inviabilizando a apuração e criando um problema insolúvel para a competição. Depois vieram os torcedores da Gaviões que adoram uma rebelião.

O resto se viu na TV até certo ponto, quando a Globo parou de transmitir e botou a novela Malhação no ar. Pelas outras TVs deu para ver barricadas nas ruas, incêndio em carro alegórico, bandos andando pelo meio do tráfego ameaçando violência e concentração das torcidas nas ruas próximas à espera de confronto. Aí chegou a polícia com muitas viaturas, mas o estrago estava feito. Moral da estória: 2012 será o ano sem campeão no carnaval paulistano. Alguém achou que a segurança de Sampa era a mesma do Rio, mas errou na avaliação porque na terra da garoa polícia só serve para espancar sem-tetos e estudantes. Quem vai cobrar as responsabilidades pela falta de prevenção? A culpa foi só dos vândalos?

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