sexta-feira, 11 de maio de 2012

Governo lança plano para inclusão bancária

A rede bancária brasileira é uma das mais excludentes do mundo, na relação entre pessoas e agências, apesar dos avanços nos últimos cinco anos. A exclusão também vem da seletividade praticada pelos bancos e das absurdas tarifas cobradas dos seus clientes. O plano que foi lançado ontem também prevê ações educativas, já que os bancos têm todas as informações e a clientela praticamente fica à mercê do que os banqueiros impõem na relação de consumo.


Plano incentiva acesso aos serviços bancários para ampliar cidadania e combater a pobreza

Inclusão bancária cresceu 31% em cinco anos
O Plano Nacional de Inclusão Bancária, lançado nessa quarta-feira (9), estabelece uma série de ações (veja tabela) a serem atingidas até 2014 para aumentar o acesso aos serviços financeiros, especialmente pelos mais pobres. Além de ampliar e facilitar o microcrédito produtivo, as medidas visam aquecer a economia e reduzir a pobreza por meio de um ambiente de negócios com segurança jurídica do consumidor e difusão de informações para o crescimento responsável do crédito. 
Nos últimos cinco anos, o número de indivíduos com relacionamento ativo com instituição financeira aumentou 31%, chegando a 121 milhões de pessoas, que corresponde a 84% da população brasileira acima de 15 anos. 
De acordo com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, nos últimos dez anos o Conselho Monetário Nacional e do BC promoveram a inclusão financeira da população. “Toda a atuação que este Banco Central e demais atores têm empenhado, nos últimos anos, constitui uma linha de referência para novas ações no futuro”, disse Tombini.
Capilaridade - A ampliação da capilaridade do Sistema Financeiro Nacional tem tido um papel fundamental na inclusão bancária, de acordo com o BC, e os esforços devem ser mantidos. Em 2000, apenas 18% dos municípios possuíam mais de cinco pontos de acesso para cada grupo de dez mil adultos (maiores de 15 anos). Em 2010, o número de municípios com esse nível de atendimento passou a representar 94% do total. 
Entre 2000 e 2010, o número de correspondentes bancários no País aumentou de 19 mil para 150 mil. Hoje, eles estão presentes em todos os municípios brasileiros e representam mais da metade do número de pontos de acesso a serviços financeiros. 
O sistema cooperativista de crédito também foi ampliado e passou a ser mais complexo, com mais possibilidades de vínculos (como as cooperativas de empresários e de livre-admissão) e maior variedade de serviços. Entre 2000 e 2010, o número de pontos de acesso do segmento aumentou de 2,6 mil para 6,4 mil e o número de cooperados, de 1,5 para 5,1 milhões. Hoje, as cooperativas de crédito estão presentes em 40% dos municípios brasileiros e em 25% dos municípios sem agência bancária.
Educação - O plano prevê ações que contribuam para a promoção da educação financeira da população brasileira e para a redução da assimetria de informações entre provedores de serviços financeiros e a sociedade. Além de fortalecer a liberdade de escolha do consumidor, O objetivo é fomentar a responsabilidade financeira, combatendo o sobre-endividamento. 
A Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef) é promovida pelo BC, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e outras entidades do governo, da iniciativa privada e da sociedade civil.

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