segunda-feira, 25 de junho de 2012

Paraguai : Isolar para não estimular golpes

A mediocridade da direita parece desconsiderar variáveis importantes quando golpeia a democracia. Para a corja que achou simples fazer um processo relâmpago de impeachment de um presidente eleito, nos moldes hondurenhos, era só fazer um processo com verniz institucional para aproveitar a oportunidade de uma tragédia e tirar o presidente Lugo do cargo, e tudo sairia bem. O vice assumiria, e a vida continuaria.


Esqueceram-se que o Paraguai não é um país acima dos acordos que subscreve com os seus vizinhos, e que há repúdio aos golpes de estado que causaram grandes tragédias por todo o continente. E que os Estados Unidos, tradicionais apoiadores das aventuras direitistas, está muito mais preocupado com a sua política doméstica em período eleitoral, e que não sairá apoiando o novo governo. Pior: esqueceram-se que o Paraguai precisa de portos brasileiros, argentinos e uruguaios para ter comércio exterior, e que depende de petróleo venezuelano. 


Moral da estória: estamos diante de um novo "hondurazo", aquele modelo de golpe de estado que depôs Zelaya em Honduras, e acabou isolando o país por alguns anos. Em Honduras a coisa foi mais explícita, com golpe militar e apoio norte-americano, enquanto o restante do continente isolava o país. No Paraguai já há quem fale que os vizinhos formaram uma nova "Tríplice Aliança", como a do século XIX, quando o país ia de vento em popa sob a tirania de Solano Lopez e o Brasil, Uruguai e Argentina o derrotaram militarmente. 


Vários países já tiraram seus embaixadores de lá. O Brasil chamou o seu. Novas sanções estão sendo discutidas para pressionar o Paraguai a devolver o poder a Lugo e a democracia ao país. Uma lição para os aventureiros de todo o continente, para que nunca mais e repitam as ditaduras eos "golpes brancos". 

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