quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Epicondilite - do tênis ao martelete

Há dois dias escrevo com o braço esquerdo imobilizado, como parte do tratamento de uma inflamação do tendão do cotovelo, diagnosticada como epicondilite. Por causa dela, até esforços como segurar um celular, levantar uma lata de cerveja ou girar uma chave de fenda tornam-se difíceis e dolorosos. O médico perguntou se eu jogava tênis, afinal essa inflamação é muito comum entre os esportistas, chegando a chamar-se "cotovelo do tenista". Como tênis é esporte de burguês , segundo Lula, e não faço parte da elite, contei ao médico que o motivo era proletário : o uso de um martelete para fazer instalações e remover pisos e revestimentos na minha casa.

Não esperava uma seqüela desta, que vai me render duas semanas de tortura na fisioterapia, compressas quentes e frias, imobilização e remédios. Comprei o martelete portátil para não ter que depender de ninguém nos meus trabalhos de projetista a operário, e gostei da eficiência da ferramenta na arte da demolição. Quem nunca usou um troço desses não sabe o que é a sensação de poder, até parece uma metralhadora na forma de pegar com as duas mãos. E é aí que a gente, sem perceber, acaba se lascando.

Como o poder de corte depende da reação da máquina ao esforço das mãos e braços, a vibração em alta freqüência provoca pequenos movimentos repetitivos que não são sentidos na hora, mas depois trazem dormências e inflamações. O jeito vai ser usar a máquina com um sistema de amortecimento de impacto a ser inventado, e usar menos pressão sobre as superfícies, depois que sair deste tratamento.

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