Apesar do ditador pró-americano Hosny Mubarak anunciar concessões, como a de não se "reeleger" nem deixar o filho se candidatar, mudar o ministério, etc, a população está disposta a encarar e exigir sua imediata renúncia, desafiando o toque de recolher. Hoje o tirano mandou paus-mandados agredir os manifestantes, elevando a temperatura dos protestos. O exército, que até aqui vinha se negando a reprimir os protestos, agora quer o fim dos conflitos e que todos voltem para casa.
Mubarak é um ditador que não pode ser perdido pelos EUA, porque grande parte da política de agressão israelense contra os palestinos parte da paz na fronteira egípcia. Se Mubarak cair e assumir um governo que não se alinhe com Israel, haverá um importante desequilíbrio geopolítico na região. Israel terá que remanejar suas defesas. O Hamas poderá ter mais facilidade de suprimento, inclusive de armamentos, com uma eventual abertura da fronteira da Faixa de Gaza com o Egito. O trânsito de petroleiros pelo Canal de Suez poderá sofrer seletividades, prejudicando os aliados de Israel no ocidente.
Uma vitória popular no Egito acenderá os conflitos pela democracia na Arábia Saudita e no Iêmen, aliados importantes dos EUA. O Irã poderá respirar mais aliviado com a abertura de novas frentes militares por Israel. Por tudo isso, Obama, Hillary e o partido democrata norte-americano não abrirão mão de manter a ditadura de Mubarak ou de promover uma migração para um novo fantoche no Egito. Como o povo parece não estar interessado nessas propostas, em algum momento é previsível que a ditadura de Hosny Mubarak mostre sua face mais cruel e repressora, com o apoio americano e israelense.
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