Numa eleição três fatores combinados fazem o sucesso: bons candidatos, bons apoiadores e a capacidade de ambos conseguirem bons eleitores-apoiadores. Aécio fala bem, é jovem, mas facilmente enquadrável como "bon vivant", que nunca trabalhou no pesado, teve tudo de bandeja, etc. Seus apoiadores mais graúdos não agregam valor. FHC, Serra, Alckmin talvez sirvam mais como alvos auxiliares no bombardeio dos adversários associando-os negativamente.
Quanto a eleitores-apoiadores o que se vê é, no geral, os coerentes com a idéia liberal, o Consenso de Washington e um elenco de idéias conservadoras, que fazem defesas políticas sérias do candidato à luz da ideologia que defendem. São os 1% que não têm votos mas comandam a grande mídia.
E há os do oba-oba, os provocadores que não apóiam de fato o candidato, mas são contra outros e migram facilmente para outra candidatura que melhor realize seu desejo de destruir "o inimigo" e/ou dar-lhes a sinecura prometida, pouco importando se será prejudicado pelo seu "eleito" em seguida.
Pessoas de bom referencial como apoiadores são muito importantes na formação de opinião positiva, daí a disputa por artistas e famosos. Ter um Lobão ou Roger ou globais sem noção como apoiadores não é o mesmo que ter um Chico Buarque. Ter identificação como queridinho da mídia bandida também não ajuda muito quando a tendência é de perda de audiência dos meios de comunicação em descrédito.
Dilma não é uma candidata perfeita. Sua expressão facial não consegue disfarçar a contrariedade em momentos onde a falsidade seria o indicado. Não tem jogo de cintura e não sabe atacar ou reagir com sutilezas. Mas passa uma imagem séria, de mãezona, de professora rigorosa, de gerentona, o que traz credibilidade. Tem um histórico de lutas e trabalho mais técnico que político. A ela nenhum vício ou conduta desonesta é associado. O jeito durão contrasta, por exemplo, com a imagem vacilante de Marina ou falsa de Aécio.
Ter Lula como apoiador, uma pessoa que teve quase 90% de aceitação ao final do seu mandato e elegeu sucessora é muito superior a ter um FHC odiado ao fim do mandato a ponto de perder a eleição do sucessor mesmo se apropriando do Plano Real, que nas suas mãos quebrou 3 vezes. Para milhões de pessoas / eleitores Lula é "o cara". Consegue dialogar com uma camada da população inatingível até para Dilma. Agrega muito valor.
Por fim, o eleitor-apoiador, o militante espontâneo, não partidário. O que reconhece virtudes que precisam vencer na disputa bem x mal. O que vê em 11 anos de realizações que trouxeram felicidade a muita gente como algo a continuar. E por esse sentimento se colocam à disposição de propagar as coisas boas da sua candidata e comparar com as coisas ruins dos seus adversários. Não são movidos por ódio. Pelo contrário, são pessoas com elevado senso de justiça, que amam ao próximo e não querem benefícios apenas para si. Esses são os apoiadores de Dilma, que não recebem qualquer centavo para fazer campanha, elogiam o que há de bom, criticam o que há de ruim mas não abrem mão de continuar no rumo que acham o mais certo.
Aí é que o Aécio perde. Seus eleitores não-ideológicos são raivosos. Espalham a mentira e o ódio que, quando percebidos pelos demais eleitores, voltam-se contra o candidato. Não têm como falar de algo positivo do seu candidato, apenas acentuam algo negativo do adversário. Tornam-se antipáticos à medida que se percebe o seu egoísmo, a crueldade em relação aos pobres e excluídos, a intenção de fazer prevalecer privilégios.
Marina também tem problemas de expressão, associa sua imagem a uma luta que para muitos é importante mas que não deve atrapalhar o progresso que, no fundo, é o que o eleitor quer. Do egoísmo do benefício imediato que pode auferir no candidato como uma sinecura prometida aos mais elevados ideais dos que não aceitam que a grande maioria fique fora das conquistas básicas como alimentação, energia e consumo de bens essenciais.
Marina tem apoiadores de qualidade, principalmente técnicos identificados com a luta ambiental. E tem os que trazem recursos mas criam antipatia como o Itaú, que é um banco, algo que no imaginário popular é negativo. Essa relação não se limita a doar recursos como todas as empresas fazem a todos os candidatos de maior viabilidade. Entra na composição do discurso econômico contrabandeando as idéias do capitalismo mais devastador.
No quesito eleitores-apoiadores Marina está melhor que Aécio e pior que Dilma. O eleitorado de Dilma é consolidado, aguenta firme o fogo pesado da mídia e da oposição, não pula do barco com facilidade. O de Aécio vai começar a pular do barco a partir da ilusão de Marina derrotar Dilma, que é o que lhes interessa sem olhar para as consequências. E o de Marina, muito focado na juventude com vivência em redes sociais e incipiência política mais geral, também é imbuído de valores positivos relacionados à vida e ao ambiente, por isso mesmo sensível a deixar o barco caso a guinada da candidata à direita seja comprometedora do que defendem. Esses são os potenciais anuladores de votos. E agora chegou a galera do oba-oba, em especial os coxinhas da direita que pouco ligam para meio-ambiente, só querem saber de derrotar Dilma. Os desertores do Aécio podem na campanha tirar votos do núcleo mais coerente de apoio a Marina.
Aécio não está morto e seu comitê sabe disso. Passada a euforia da "novidade" Marina e passando uns dias onde as contradições se explicitarão, sabem que as coisas não ficarão tão fáceis para ela. A campanha de Dilma tem condições de avançar sem sequer bater em Aécio ou Marina, apenas afirmando realizações e mostrando os riscos da volta ao passado obscuro. Aécio e Marina lutam pela vaga e sabem que não adianta atirar mais em Dilma que tem um eleitorado fixo que tende a crescer com o horário eleitoral. Vão ter que bater nela para ter segundo turno, mas dividindo forças para ser o opositor caso aconteça.
A luta agora é pela redivisão de um eleitorado que era de Aécio e Eduardo associado aos que estavam indecisos. Dependendo do desempenho de Marina as insatisfações do PSB poderão levar insatisfeitos a apoiar Dilma por não aceitarem discursos e alianças à direita. Os militantes do ainda inexistente partido Rede, que se animaram com a ascensão de Marina, também não se sentem confortáveis com palanques com tucanos e propostas neoliberais. A campanha pode afastá-los da militância mais aguerrida. Na campanha de Aécio o desespero é grande, pois o candidato havia empacado nos 21% e agora vai cair ao perder votos para Marina. Vão ser implacáveis com ela, correndo o risco de martirizá-la, o que será muito pior.
Entre os recursos de campanha de Aécio está cada vez mais escancaradamente a Rede Globo. Já se propuseram a levar Marina para o interrogatório do JN para ser linchada, como tentaram fazer com Dilma. Acho que têm mais a perder que ganhar com isso. Se partem para acusações sem dar chance de resposta martirizam a candidata que sai como vítima. Se são bonzinhos com ela, como foram com Aécio e Eduardo, parece coisa de compadres e levanta a suspeita de terem bandeado para Marina, como alguns expoentes da Globo já insinuam. Aécio sem a Globo é caixão e vela preta. Marina com o apoio da Globo, como aconteceu em 2010 com a "onda verde", pode ser segundo turno. Como a Globo entende que um eventual governo Marina seria uma feira de lobbies, navegando ao sabor das forças mais influentes, teria chance de sobrevida, mesmo com Aécio sendo o seu candidato mais firme.
Nossa, escreviu um tijolaço. Tudo isso para dizer que confio plenamente na vitória de Dilma, tanto pela sua pessoa, pelos apoios e eleitores-apoiadores militantes. Ousaria dizer: no primeiro turno! Mas, se houver o segundo turno, também levará de qualquer que seja o opositor porque tem bem mais consistência e credibilidade.
Sugiro que a coordenação da campanha de Dilma não agende sua ida a programas de entrevistas de TV ou debates. Todos serão formatados para torturá-la, linchá-la e estuprá-la das maneiras mais vis possíveis. E ainda fica dando audiência para programa ruim.
Quanto a eleitores-apoiadores o que se vê é, no geral, os coerentes com a idéia liberal, o Consenso de Washington e um elenco de idéias conservadoras, que fazem defesas políticas sérias do candidato à luz da ideologia que defendem. São os 1% que não têm votos mas comandam a grande mídia.
Dilma tem histórico de vida política e pessoal louvável |
Pessoas de bom referencial como apoiadores são muito importantes na formação de opinião positiva, daí a disputa por artistas e famosos. Ter um Lobão ou Roger ou globais sem noção como apoiadores não é o mesmo que ter um Chico Buarque. Ter identificação como queridinho da mídia bandida também não ajuda muito quando a tendência é de perda de audiência dos meios de comunicação em descrédito.
Dilma não é uma candidata perfeita. Sua expressão facial não consegue disfarçar a contrariedade em momentos onde a falsidade seria o indicado. Não tem jogo de cintura e não sabe atacar ou reagir com sutilezas. Mas passa uma imagem séria, de mãezona, de professora rigorosa, de gerentona, o que traz credibilidade. Tem um histórico de lutas e trabalho mais técnico que político. A ela nenhum vício ou conduta desonesta é associado. O jeito durão contrasta, por exemplo, com a imagem vacilante de Marina ou falsa de Aécio.
Ter Lula como apoiador, uma pessoa que teve quase 90% de aceitação ao final do seu mandato e elegeu sucessora é muito superior a ter um FHC odiado ao fim do mandato a ponto de perder a eleição do sucessor mesmo se apropriando do Plano Real, que nas suas mãos quebrou 3 vezes. Para milhões de pessoas / eleitores Lula é "o cara". Consegue dialogar com uma camada da população inatingível até para Dilma. Agrega muito valor.
A associação aos apoios pode fazer a diferença |
Aí é que o Aécio perde. Seus eleitores não-ideológicos são raivosos. Espalham a mentira e o ódio que, quando percebidos pelos demais eleitores, voltam-se contra o candidato. Não têm como falar de algo positivo do seu candidato, apenas acentuam algo negativo do adversário. Tornam-se antipáticos à medida que se percebe o seu egoísmo, a crueldade em relação aos pobres e excluídos, a intenção de fazer prevalecer privilégios.
Marina também tem problemas de expressão, associa sua imagem a uma luta que para muitos é importante mas que não deve atrapalhar o progresso que, no fundo, é o que o eleitor quer. Do egoísmo do benefício imediato que pode auferir no candidato como uma sinecura prometida aos mais elevados ideais dos que não aceitam que a grande maioria fique fora das conquistas básicas como alimentação, energia e consumo de bens essenciais.
Campanha dos apoiadores de Aécio contra Marina e Dilma |
No quesito eleitores-apoiadores Marina está melhor que Aécio e pior que Dilma. O eleitorado de Dilma é consolidado, aguenta firme o fogo pesado da mídia e da oposição, não pula do barco com facilidade. O de Aécio vai começar a pular do barco a partir da ilusão de Marina derrotar Dilma, que é o que lhes interessa sem olhar para as consequências. E o de Marina, muito focado na juventude com vivência em redes sociais e incipiência política mais geral, também é imbuído de valores positivos relacionados à vida e ao ambiente, por isso mesmo sensível a deixar o barco caso a guinada da candidata à direita seja comprometedora do que defendem. Esses são os potenciais anuladores de votos. E agora chegou a galera do oba-oba, em especial os coxinhas da direita que pouco ligam para meio-ambiente, só querem saber de derrotar Dilma. Os desertores do Aécio podem na campanha tirar votos do núcleo mais coerente de apoio a Marina.
No contraste de realizações Dilma supera em tudo. |
A luta agora é pela redivisão de um eleitorado que era de Aécio e Eduardo associado aos que estavam indecisos. Dependendo do desempenho de Marina as insatisfações do PSB poderão levar insatisfeitos a apoiar Dilma por não aceitarem discursos e alianças à direita. Os militantes do ainda inexistente partido Rede, que se animaram com a ascensão de Marina, também não se sentem confortáveis com palanques com tucanos e propostas neoliberais. A campanha pode afastá-los da militância mais aguerrida. Na campanha de Aécio o desespero é grande, pois o candidato havia empacado nos 21% e agora vai cair ao perder votos para Marina. Vão ser implacáveis com ela, correndo o risco de martirizá-la, o que será muito pior.
Apoiadores de Aécio vertendo o ódio ao PT em cima de Marina |
Nossa, escreviu um tijolaço. Tudo isso para dizer que confio plenamente na vitória de Dilma, tanto pela sua pessoa, pelos apoios e eleitores-apoiadores militantes. Ousaria dizer: no primeiro turno! Mas, se houver o segundo turno, também levará de qualquer que seja o opositor porque tem bem mais consistência e credibilidade.
Sugiro que a coordenação da campanha de Dilma não agende sua ida a programas de entrevistas de TV ou debates. Todos serão formatados para torturá-la, linchá-la e estuprá-la das maneiras mais vis possíveis. E ainda fica dando audiência para programa ruim.
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