sábado, 4 de setembro de 2010

Especuladores perdem a batalha da Petrobrás

Durante meses a fio a grande mídia, alinhada com interesses de especuladores, tentou mostrar que a Petrobrás seria uma empresa sucateada. Da imagem de uma escada enferrujada numa plataforma fez uma amostra representativa do todo, como quem diz que a Petrobrás não vale nada, e suas ações, portanto, não correspondem ao preço real de mercado. Aproveitaram o episódio do vazamento da plataforma da BP nos Estados Unidos para colocar dúvidas na capacidade de exploração segura de petróleo.

Praticamente comemoraram a queda de 26% no valor das ações no ano, e assim a Vale, privatizada, atingir o maior valor de mercado em bolsa. A partir desse "esforço" de destruição da estatal, passaram a defender que o preço do barril a ser considerado pela Petrobrás na troca de petróleo por ações ao governo fosse na casa de US$ 5, pois acima disso fracassaria a operação de capitalização, a maior do mundo.

Quanto mais baixo o valor, mais acionistas privados entram na subscrição, e comprando ações mais baratas. Por acionistas privados de peso entendam-se os 80% que negociam as ações pela bolsa de Nova Iorque, onde estão megaespeculadores como George Soros e outros, interessados na baixa remuneração do petróleo à União. Favorece a privatização do controle da empresa.

Quanto mais alto o valor, menos acionistas privados integralizarão a compra das ações a que fazem jus, podendo o governo comprar essas sobras e aumentar sua participação no controle da empresa, que hoje é de 30%. É um movimento a favor da reestatização parcial, da soberania nacional sobre a Petrobrás, que estava marcada para privatização no governo FHC.

Considerando-se o que a mídia alardeou, a decisão do governo Lula de estipular o preço do barril em US$ 8,51 deveria ser sucedida de um amplo movimento de venda de ações, por desagradar ao mercado e fugir à lógica que se vinha construindo. Ontem o mercado de verdade deu a sua resposta: as ações se valorizaram em 4,7% depois que o governo bateu o martelo. Estima-se que a participação do Brasil na Petrobrás poderá subir de 30% para até 45%.

Cadê Miriam Leitão e outros economistas que sempre se dizem surpresos com os resultados da economia, diante das expecativas falsas que criam por razões ideológicas e políticas que fogem à racionalidade da ciência econômica? Nessas horas, se ocupam em dar mais espaço ao próximo alvo. O Brasil ganhou mais essa, para desespero do capital privado e dos seus soldados da mídia. Detalhe: a presidente do Conselho de Administração da Petrobrás é uma tal de Dilma, que também não conta com bom trânsito entre os escrevinhadores de aluguel do capital.

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