quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Segundo turno prolongará baixaria de Serra

Em outros posts estranhei que a candidata Marina Silva estivesse sempre no patamar de 9%, mesmo com militância na campanha. Além disso estranho que os tais dos "demais candidatos" não tenham 1% do eleitorado, mesmo com valorosos militantes em campanha. As pesquisas dos institutos ligados à grande mídia, por outro lado, sempre preservaram Serra, colocando-o sempre acima da realidade, mesmo caindo, para não permitir a migração dos seus votos para uma candidatura mais viável, como a de Marina.

Eleição para muitos é uma demonstração de democracia, mas para os que se colocam como donos do poder e tutores da pátria é um jogo. Em especial para o povo do DEM, a extrema-direita, que não tem projeto e tenta ganhar o jogo sempre na mentira, na baixaria, no golpe, na armação, porque não tem projeto que não seja o de submeter todos aos seus interesses. Mesmo no PSDB tem gente que repudia os rumos da campanha de baixo nível e demagógica de Serra. Cadê o projeto neoliberal? Cadê as "realizações", os "avanços" de FHC, que preferiu sumir do Brasil até as eleições para não se ver envolvido nesse lamaçal, que agora até ares de crise institucional querem dar?

Os trogloditas do poder estão com Serra, mesmo com Marina fazendo um discurso à direita do PT e às vezes surfando na onda de baixarias dos demo-tucanos. Na causa ambiental cabe de tudo, com estória do "sustentável", inclusive o empresariado que faz belos balanços de realizações sócio-ambientais como estratégia de marketing. Isso se reflete no apoio a Marina, que tem mais empresários preocupados com meio-ambiente e ONGs (organizações neo-governamentais) que movimentos sociais na campanha. Ocorre que Serra não sobe mais nas pesquisas, nem com Viagra, e Dilma está lá, tranquila, nos 50%, ganhando a eleição no segundo turno.

Tirando dos números inflacionados do Datafolha os exageros da manipulação, e tendo por base a pesquisa de tendências diárias do Vox Populi (tracking), acredito que Dilma esteja nos 50%, Serra nos 24% e Marina nos 10%, sobrando uns 2% para os demais candidatos. Dilma estaria, portanto, com vantagem de 14% sobre os demais. Para haver segundo turno, com Serra estagnado, ou Dilma cai (e para isso o arsenal de baixarias é interminável, mas de pouco efeito), ou os outros sobem. Nesta hora, para quem quer forçar o segundo turno para dar sobrevida às chances da extrema-direita com Serra, vale até encher a bola de partido anticapitalista.

Marina, Plínio, Zé Maria, Rui Pimenta, todos foram do PT, e não são confiáveis para a direita, mas podem crescer um pouquinho com algum espaço, principalmente entre os descontentes do PT. Abrir espaços a eles significa, agora, corroer os 50% de Dilma, e cada voto tirado dela para um deles conta como dois, na redução da vantagem que pode terminar a eleição no primeiro turno. Para todos esses candidatos, a disputa tem a ver com a visibilidade das suas propostas, e com a construção de bancadas, mesmo que pequenas. No segundo turno não tem nada disso, porque nenhum dos partidos desses candidatos participará com candidato para disputas aos governos estaduais, nem para presidente, afinal, se tiver segundo turno, será Dilma X Serra.

Se houver o segundo turno, será pela ação manipulatória dos demo-tucanos, em especial pelo bombardeio incessante a Lula e Dilma, e novas "denúncias" e factóides forjados. Ontem até um defeito no metrô já queriam colocar como coisa da Dilma. Fora o granizo em Guarulhos. Daqui para fazerem um sequestro como o de Abílio Diniz em 1989 e botarem camisas do PT nos sequestradores é um pequeno passo. Eles farão algo assim, com certeza, porque entraram no desespero de ver eleito um governo que não tem a sua "autorização", que não lhe pediu "a bênção", que não assinou nenhuma "carta aos brasileiros", como Lula. E que com uma boa bancada congressual poderá fazer reformas que democratizem mais o país. Perderão muito com isso. Imaginem o segundo turno?

O segundo turno pode levar o país ao caos, continuada a escalada de violência anti-petista, anti-popular, anti-esquerdista, com reflexos na economia, na credibilidade externa. Não cabe a Dilma ceder a essa chantagem, devendo Lula aproveitar os espaços de TV para chamar o povo às ruas para fazer valer a sua vontade de mudar o país para melhor, de avançar nas mudanças. Se isso vier a acontecer, a derrota da direita será ainda mais acachapante, porque a discussão sobre o poder de uma pequena minoria detentora dos meios de comunicação será inevitável, e restrições poderão acontecer, como a aplicação da Constituição Federal, que proíbe a constituição de oligopólios de empresas de mídia.

Na próxima semana o voto útil em Dilma será lembrado como forma de livrar o país de mais um mês de corrosão, violência e armações contra a democracia. O jogo será duro. No sábado sai outra Veja, que pautará toda a Quadrilha da Mídia golpista na próxima semana. No dia 3 de outubro, além de um projeto de continuidade do governo Lula, também poderá ser depositada nas urnas a vontade das pessoas de enterrarem o atraso representado pela elite que saqueou o país por 500 anos, e que está muito ativa querendo outros 500. Lula foi a pedra no sapato deles.

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