Os jornais cariocas exibiram notícias dignas de dia seguinte de campeonato. Até o povo nas ruas parecia estar de alma lavada com os bandidos fugindo que nem baratas da Vila Cruzeiro, enxotados pela polícia. O jornal Meia Hora não perdoou, e mandou esta manchete: BUNDÕES DA VILA CRUZEIRO FOGEM QUE NEM BARATAS. Para esculachar, botaram fotos de uma porção de baratas na capa, com uma delas "falando": QUE MEDINHO! Co mpletando o ufanismo: COBERTURA COMPLETA DA GUERRA.
O Globo, que é contra a política de segurança do Rio, tentou desgastar as autoridades e agora se coloca como instrumento a serviço da luta contra o crime, dedicou toda a primeira página numa alusão à ação aliada da Segunda Guerra Mundial: DIA D DA GUERRA AO TRÁFICO. Jornal O Dia vem com esta: O RIO CONTRA-ATACA. O Extra diz: DEU PARA ENTENDER QUEM MANDA NO RIO? Enfim, o Expresso também dedica toda a capa e afirma: GUERRA DE CINEMA, comparando fotos do filme Tropa de Elite com fotos da ação policial de ontem.
Tudo isso é importante, mas o remédio não fez o efeito desejado. Continuam os ataques a veículos em vários pontos do estado. Tem polícia nas ruas, mas a ação de criminosos é rápida e surpreendente. Do nada saem pessoas com galões de gasolina, espalham nos veículos e tacam fogo, e salve-se quem puder. Não há policiamento ostensivo que resolva isso.
Os ataques têm sido criteriosos ao poupar vidas de "civis" e alvos de grande concentração, mostrando clareza militar das ordens que os soldados do tráfico recebem. Quem é o interlocutor, o mandante, aquele que mandará parar tudo? Está nos presídios ou nas favelas? Ou em algum gabinete, aguardando a polícia arrasar os criminosos para depois entrar com suas milícias?
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Rio : Que vitória?
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