segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O paradoxo machista na posse de Dilma

A direitona é reacionária ao ponto de pedir até o assassinato de Dilma pelo Twitter, querer a morte de nordestinos, ameaçar escola de samba cujo samba-enredo diz que São Paulo é a capital do nordeste, etc. Até aqui o ódio ao PT, Lula e Dilma é tão grande que não consegue descer às sutilezas machistas, questionando a capacidade da mulher para dirigir um país, etc. Fica feio falar nisso no século XXI, até para quem apela à religiosidade medieval em campanhas.

O paradoxo ficou por conta da "descoberta" da beleza e jovialidade da esposa do vice-presidente Michel Temer, e dos comentários que ocuparam o Twitter ontem, todos do pior machismo, em cima da diferença de idades entre eles (70 a 28 anos). A adjetivação à esposa de Temer, que foi Miss Campinas, foi a pior possível, presumindo-se a impossibilidade da mulher gostar de verdade de um homem mais velho. Quanto a Temer, o machismo ataca a sua virilidade, duvida da sua capacidade de "segurar" a mulher, etc.

Dilma ainda não foi atacada, porque a ela a mídia golpista reserva o papel de ser a anti-Lula, insinuando que ela não deve ser a sombra dele, que tem que tomar atitudes sozinha, demitir todos os ministros que vieram do governo anterior, romper com a sua política externa, etc. Essa lua-de-mel vai durar alguns poucos meses, até acontecer alguma crise. Aí toda a artilharia será focada na "fragilidade" feminina, na inferiorização da mulher como gestora, tudo que o machismo acumulado por séculos pode trazer á tona. Com a omissão ou apoio da mídia.

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