segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

EUA : A direita aperta o gatilho

Tinha tudo para ser mais um daqueles terríveis episódios de massacre a tiros praticado por jovem americano por motivo fútil. Os tiros de Arizona não foram assim. O suspeito de haver matado 6 pessoas e deixado no hospital a deputada federal Gabriela Giffords em uma reunião política no estacionamento de um supermercado foi premeditado.

Por que atirar em uma deputada do Partido Republicano, desarmada, frágil, numa reunião democrática com eleitores? Parte da mídia americana coloca o grupo ultradireitista Tea Party no olho do furacão, por haver feito a recente campanha política para câmara e o senado instigando o ódio, em especial aos imigrantes, pobres e potenciais beneficiários da reforma que Obama tenta fazer no sistema de saúde. Gabriela foi reeleita recentemente, contra a campanha violenta do seu concorrente, que usava linguagem militar e o ódio por ela ter aprovado a reforma do sistema de saúde. O escritório eleitoral de Gabriele chegou a ser atacado.

Agora há pouco, meio-dia na hora local, Obama saiu da Casa Branca com a esposa para fazer um minuto de silêncio em protesto contra o massacre de Tucson. Não é comum na história americana o atentado a parlamentares, ainda mais com motivação política como parece ter o caso. Se Obama tivesse coragem política, abriria o debate sobre a limitação do uso de armas de fogo pelos cidadãos, assunto que afeta diretamente a direita, que elege presidentes com os recursos do "complexo industrial militar", aqueles que provocam as guerras para garantir sempre altos orçamentos do governo para seus produtos.

Nada mudará. Outros minutos de silêncio virão. Obama virou refém dos republicanos. Teve que negociar a redução de impostos para os ricos para aprovar projetos sociais. Divide seu governo com Hillary Clinton, que faz a política externa ao estilo imperialista militar intervencionista. Perdeu espaço político na última eleição, e agora a câmara está sob controle dos republicanos.

Pior: assiste à ascensão da pré-candidata às próximas eleições, Sarah Palin, que segue o ideário da direita do Tea Party. Obama irá enfrentá-la para tentar reeleger-se, e encarar uma campanha imunda como a que tivemos por aqui, com a direita se apegando a tudo de atrasado para ganhar votos. A falta de resultados na economia está pavimentando o caminho para Sarah, e poderá levar a América a um governo radical de direita, sem respeito a nada nem a ninguém.

Gente louca com armamento nuclear na mão, é um cenário que poderemos ver daqui a poucos anos. E não é no Irã, mas na principal potência capitalista e imperialista. Podem ter sua versão caseira. Quem tem Sarah Palin presidente não precisa de Al Qaeda como inimigo para levar os Estados Unidos à destruição. O mundo vai junto.

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