sexta-feira, 15 de abril de 2011

Argentina : prisão perpétua para o último ditador

O último ditador argentino, do período 1976 a 1983, foi condenado ontem à prisão perpétua por crimes contra os direitos humanos. Desde que as leis de auto-anistia do regime militar (Leis do Perdão) foram anuladas, mais de 200 civis e militares que participaram de sequestros, torturas e assassinatos de opositores do regime militar foram condenados.


Ainda há muito o que fazer para resgatar a verdade sobre a morte e desaparecimento de milhares de pessoas no regime militar mais recente. Agora a justiça investiga e prende pilotos que conduziram os aviões dos "vôos da morte", onde conduziam inimigos do regime até alto-mar e os jogavam de lá.

Enquanto na Argentina ninguém alisa a cabeça de criminosos da ditadura, por aqui uma associação de militares tenta censurar a novela "Amor e Revolução" do SBT, que vem mostrando a truculência da ditadura, como torturas e assassinatos. O autor da novela, Tiago Santiago, diz que a tentativa de censura é inconstitucional e visa proteger os criminosos da ditadura militar brasileira.

Enquanto o estado brasileiro não mostrar que não teme um punhado de gente que se acoberta como militares, anulando os efeitos da Lei da Anistia para crimes hediondos e levando às barras dos tribunais os militares, policiais, políticos, empresários, médicos, pilotos, religiosos e outros que apoiaram os crimes contra os direitos humanos, teremos que aguentar as ameaças golpistas.
A Argentina está de parabéns pela coragem e firmeza na busca da verdade e punição dos crimes.

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