sábado, 10 de setembro de 2011

Europa Oriental : Planejando a viagem - parte 2

Continuação de Europa Oriental : Planejando a viagem - parte 1


INFORMAÇÕES

Ainda nas informações preliminares, é importante saber se há horário de verão, e como está a duração do dia nos países a visitar. Ainda é verão, e em alguns lugares há luz do dia até as 19h, mas logo virá o outono, e acontecem casos, como em Moscou, do dia clarear por volta das 8 da manhã e escurecer às 3 da tarde. Esse dado é fundamental para a programação.

Mapas hoje há em várias fontes, de GPS a celulares, Google Earth, sites de turismo. Optamos por não levar o GPS, que é muito visível, preferindo baixar os mapas dos países gratuitamente do site da Nokia para os nossos celulares. Há relatos de insegurança em alguns dos lugares, e quanto mais discretos formos, até na vestimenta, para não parecermos turistas, melhor. Nada de exibir laptops ou outros aparelhos em público. Nada de bolsas para câmeras, objetivas, etc. Pode parecer exagero, mas é melhor prevenir.

Apesar de ninguém pretender aprender várias línguas em curto espaço de tempo (só se fosse como em Matrix, onde faziam "download" de conhecimentos direto no cérebro), é importante dar uma olhada geral para ter um mínimo de noção. Desde que começamos a busca de dados imprimimos uma tabela comparativa do alfabeto latino com o cirílico, para exercitar a transliteração de palavras do russo ou do búlgaro. Em poucos dias dá para aprender os macetes.

Demos uma olhada nas características de cada língua, nos fonemas, nas aglutinações, uso de diacríticos (tipo trema, acentos e outros símbolos que se anexam às letras), e obtivemos algumas palavras básicas à sobrevivência (bom dia, tarde, noite, obrigado, por favor, desculpe, quanto custa, onde é, números, dias da semana, meses do ano, etc). No roteiro encararemos as línguas alemã (Áustria e Alemanha), eslava (Checa, Slovakia, Slovenia, Croácia, Bulgária, Rússia, Polônia), húngara e romena. Nas eslavas há diferenças de país a país, mas as coisas são, com muito boa vontade, um pouco parecidas. O húngaro parece coisa de outro planeta. Onde se fala alemão, em geral uma boa parte das pessoas fala inglês. Na Romênia, a língua parece latina, mas é muito diferente. Onde o alfabeto é cirílico, depois da transliteração é possível até achar coisas conhecidas.

Dos relatos, soubemos que em grande parte dos lugares o inglês é pouco falado ou entendido, mais entre os jovens globalizados. Isso vale para lugares-chaves, como aeroportos, serviços de informação, sites de transportes, recepções de hotéis, táxis, lojas, etc. O problema de perguntar algo na língua nativa é que a gente até consegue se fazer entender, mas não vai entender nada da resposta, contando com uma boa vontade do interlocutor que sabemos não ser uma característica de vários dos povos a visitar. Vamos levar em mãos um livrinho de conversação, formato de bolso, com minidicionário para cada linguagem, editado pela Lonely Planet, de título "Prasebooks Eastern Europe".

Sabendo pelos relatos que as comunicações serão complicadas, seja por celulares ou internet, a experiência diz que velhas fórmulas analógicas farão a diferença. Não que estejamos encarando a viagem como uma aventura na selva, no deserto ou no mar, mas informações impressas, alguns mapas de mão e um guia geral são formas de prevenção válidas. Compramos por uma ninharia, perto do tamanho do livro, o guia da Lonely Planet de título "Eastern Europe", que tem 179 mapas, e informações gerais muito importantes, condensando informações anteriormente descritas. Tem 1044, e pesa uns 300g, mas poderá ser um importante apoio, se for difícil usarmos coisas mais modernas.

DINHEIRO
Sobre dinheiro para a viagem, usam o Euro a Alemanha, Itália, Áustria, Eslováquia e Eslovênia. Na Rússia usa-se o Rublo, na Croácia o Kuna, na Hungria o Florim (forint), na Bulgária o Lev, na Romênia o Leu, na Polônia o Zloty, na República Tcheca, a Coroa Tcheca. No site do Banco Central há um aplicativo de conversão de moedas. É fundamental ter noção do que representam essas moedas na correlação com reais para não pagar preços distorcidos, usando índices fáceis de fazer contas. Exemplo: divida um preço em rublos por 20 e terá mais ou menos o equivalente em reais (o índice de multiplicação é de 0,055 na cotação atual).

Não é conveniente mostrar euros na carteira em lugares onde há outras moedas, porque alguns espertos irão querer fazer a conversão 1 para 1, ou seja, que você pague um euro para algo que custa uma unidade de moeda local, sempre mais barata. Aliás, não é bom mostrar a carteira em lugar nenhum. Quem morou no Rio sabe como é isso, e ela deve ir no lugar mais escondido possível, para evitar os batedores de carteira. Nesses casos, andar com dinheiro na cueca ou nas meias não é coisa só para político brasileiro. Ande com o básico num bolso (da frente da calça), em moeda local.

Pesquisamos alternativas para pagamentos no exterior, e concluímos que o melhor é levar cartão Travel Money e alguns euros em espécie. Antes de mudar a taxação sobre compras no exterior para 6,38% usávamos os cartões de crédito como melhor alternativa. Agora o cuidado é maior, para não pagarmos um monte de impostos. No débito, há taxas por utilização. No dinheiro em espécie, as arapucas das casas de câmbio, que sempre pagarão uma cotação vil em moeda local.

O melhor que achamos é fazer saques em caixas eletrônicos no Travel Money, mesmo pagando tarifas, para obter moedas locais. Os valores serão determinados em etapas posteriores do planejamento, já que pagar em Travel Money é o mesmo que em cartão de crédito. Só que no cartão se parcela, vem na fatura dias depois, etc. No Travel Money, você paga antecipadamente quando faz a carga dos valores. Tem até 18 meses para usar, e se sobrar saldo, pode ser recomprado pelo seu banco.

Pagar passagens e hotéis em sites nacionais é a melhor opção, pois são transações no Brasil, normais, sem sobretaxas. E evitam navegações em sites complicados, em línguas iningeligíveis.

Como pagamentos de pequeno valor podem não gerar recibos, levaremos uma pequena caderneta para anotar os gastos. Fazer o acompanhamento orçamentário diário, mesmo que aproximado, é vital numa viagem dessa envergadura.

Se sobrar dinheiro em espécie de moedas de pouca circulação, o melhor é torrá-lo, ficando com quantias irrisórias apenas como souvenir. Imediatamente esse dinheiro deverá ser retirado do bolso, da carteira, para não confundir, enrolando em papel, botando em sacos, etc. Quanto mais organizada for o dinheiro, melhor será depois da viagem para fazer balanços e acertos de contas.






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