terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mercado muito louco

Daqui a umas duas semanas, quanto alguns economistas começarem a prever o que houve hoje, talvez a gente entenda melhor por que nada mudou e as bolsas subiram, depois do pânico de ontem. Hoje os mercados abriram na expectativa do FED, o banco central americano, tomar alguma providência na reunião ordinária de hoje para injetar mais dinheiro no mercado e aliviar as tensões.


Não só o FED disse que não vai fazer nada, como vai manter os juros como estavam antes, de zero a 0,25% ao ano, por mais dois anos. Segue a lógica do discurso de Obama de ontem, que desprezou o rebaixamento de nota da Standard & Poor's, afirmou ao vento que os Estados Unidos são AAA e apelo ao velho recurso de colocar heroísmo do povo americano para superar a crise. Emendou com o elogio aos soldados que morreram no Afeganistão num helicóptero derrubado. O FED ainda fez algo que seria pior para quem queria boas notícias: disse que o risco vai aumentar. Para bom entendedor, o risco dos outros, porque os EUA não vão pagar nem um centavo a mais de juros por conta da instabilidade.

Mesmo com tudo isso, e com nenhuma ação do Banco Central Europeu, praticamente todas as bolsas da Europa, Estados Unidos e Brasil fecharam em significativa alta, reduzindo os prejuízos de ontem. O que mudou para haver isso? Apenas se descobriu que algumas ações cairam tanto de preço que valeriam a pena ser compradas? A recessão previsível não vai mais acontecer? Os déficits fiscais americano e europeus foram solucionados? As economias reais estão reagindo, aumentando produção, emprego e renda? Acho que perdi alguma parte dessa estória toda, porque está difícil entender.


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