Ligue a TV, sem som. Aparece uma imagem de um tanque no meio de uma cidade, atirando contra civis. Escombros. Fumaça. Pessoas mortas. Onde será isso?
Pode ser na Libia. Na Síria. Na faixa de Gaza. É tudo igual: força desproporcional contra civis, precariamente armados ou desarmados. Milhares de mortos em chacinas. Centenas de milhares em campos de refugiados. Por que então as notícias são feitas de formas diferentes?
Na Líbia, é a ditadura de Kadafi garantindo seus interesses. Deve ser derrubado. OTAN nele.
Na Síria é a ditadura de Bashar Assad garantindo seus interesses. Deve ser derrubado. Sanções nele.
Na Faixa de Gaza, é Israel garantindo seus interesses. Estão "lutando pela sua segurança". Azar dos palestinos.
Hipocrisia. Do lado dos mortos, sempre estão os mesmos: pessoas que querem viver melhor, e vão às ruas manifestar descontentamento contra os opressores. O morto palestino não é menos morto que o líbio ou o sírio, mas parece que os quase 4.000 mortos pelas forças de repressão de Israel e os 7 milhões de refugiados não chamam muito a atenção, numa mídia preconceituosa em relação aos árabes e islâmicos, que têm o azar de viverem em cima de grandes reservas de petróleo.
Todos cometem crimes contra os povos. Deveriam ser alvo do Tribunal de Haia por crimes contra a humanidade, a exemplo de Kadafi, rapidamente condenado. Por que Israel tem permissão para matar, sem sofrer sanções? Que isso seja levado em consideração pela ONU em setembro, no reconhecimento do Estado Palestino com as fronteiras de 1967.
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