quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Fórum Econômico Mundial : Capitalismo não tem solução para riscos globais

OXFAM: Concentração de renda é ameaça à democracia
Começa nesta quarta-feira a edição de 2014 do Fórum Econômico Mundial, evento de natureza privada que busca reunir os principais atores que regem os destinos do planeta através do poder econõmico. Os organizadores do Fórum lançaram o documento "Riscos Globais 2014", onde através de pesquisa entre os diversos participantes do evento foram listados 31 problemas carentes de solução para melhorar o mundo.

O relatório mostra que os riscos  globais são não apenas interligados, mas também têm impactos sistêmicos, e precisam ser entendidos para que se dimensione suas medidas e se busque ferramentas de gestão que funcionem em meio a um ambiente de incertezas. Um exemplo da falta de tratamento eficaz de risco seria a crise financeira de 2007-2008. O relatório afirma que a natureza sistêmica dos riscos mais significativos exige procedimentos e instituições articuladas globalmente e flexíveis localmente.

Os 10 principais riscos apontados pelo relatório são:

1 - Crise fiscal em economias-chave;
2 - Alto desemprego/ subemprego estruturais; Estruturalmente alto desemprego / subemprego
3 - Crises na oferta de água;
4 - Grave disparidade de renda;
5 - Falha de mitigação e adaptação às alterações climáticas;
6 - Maior incidência de eventos climáticos extremos (por exemplo, inundações , tempestades, incêndios );
7 - Fracasso da governação global;
8 - As crises alimentares;
9 - Falha de um grande mecanismo financeiro / instituição
10- Instabilidade política e social profunda

 Paralelamente a ONG OXFAM, que atua em 90 países em programas de combate à pobreza, apresentou ontem um relatório denunciando a desigualdade no mundo com dados estarrecedores. Apenas 85 pessoas acumulam tanta riqueza quanto metade de população mundial mais pobres (3,5 bilhões de pessoas). Os 1% mais ricos têm 65 vezes a riqueza dos 50% mais pobres. Esses dados, além da denúncia do aumento das desigualdades estão no relatório "Trabalhando para poucos".

Analisando as 10 principais preocupações da pesquisa vemos que as questões sociais e ambientais são a maioria e para elas o capitalismo não tem solução. Nos países em crise a recuperação econômica tem sido conseguida com aumento do desemprego, aumento da disparidade de renda acarretando em crises alimentares e instabilidades sociais em diversos países. Isso vem assustando os países ricos porque as ferramentas do capital não conseguem reverter os problemas, e os melhores resultados vêm sendo obtidos em países onde o governo adotou maior intervencionismo.

É o caso do Brasil, destacado no relatório do FEM como país que conseguiu melhorar o IDH em um ponto na última década, mesmo no cenário de crise, e reduzir o nível de desigualdade. Klaus Schwab, presidente e fundador do Fórum, em entrevista disse que o Brasil poderia colaborar com soluções para o problema. O documento fala explicitamente do sucesso brasileiro:

..."Intimamente associada em termos de risco social, a desigualdade de renda também é das mais preocupantes das questões. Ela levanta preocupações sobre a Grande Recessão e o efeito de compressão que tinha nas classes médias em economias desenvolvidas, enquanto a globalização trouxe uma polarização dos rendimentos em emergentes e em desenvolvimento. Isto é verdadeiro apesar o progresso evidente em países como o Brasil e menor níveis de pobreza em vários países em desenvolvimento da Ásia e África."...

Já a mídia bandida faz seu papel de estimular o pessimismo dizendo que a presidente Dilma vai a Davos para tentar arranjar investimentos para o Brasil  "apesar dos fracos resultados da economia brasileira". Ou seja, de país interessante na busca de soluções sociais reduzem o Brasil a mero passador de pires entre os mais ricos. 

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