Incrível como a matemática pode ser cruel para a manipulação. No dia 6 de novembro de 2013 o DNIT lançou o edital RDC presencial 537/2013 para a licitação que tem como objeto a "contratação integrada de empresa para a prestação de serviços técnicos especializados de engenharia para elaboração dos projetos básico e executivo de engenharia e execução das obras de construção de uma segunda ponte sobre o rio Guaíba e acessos, na BR-116/290/RS no Estado do Rio Grande do Sul".
Por usar o Regime Diferenciado de Contratações, o orçamento é secreto, portanto, nada se pode especular sobre o valor final, que será conhecido com a abertura das propostas marcada para o dia 4/2/2014. Qualquer valor usado para análises poderá ser desmentido quando os envelopes forem abertos.
A manipulação vem da comparação com um tal valor estimado para essa ponte a partir de matéria do jornal Zero Hora e usado para análise política pela coluna do Augusto Nunes na VEJA em 4/7/2011 na matéria sob título "Só no Brasil a ponte sobre o Rio Guaíba não é o caminho mais curto entre o Ministério dos Transportes e a penitenciária", de R$ 1,16 bilhão. Outro dado usado na pajelança matemática foi a extensão da ponte, que consta na matéria sendo de 2,9 km. O valor correto é 7,8km.
No melhor estilo "vira-latas colonizado", claro que os dados tinham que buscar uma comparação internacional. Escolheram na China "comunista" para base de preços a maior ponte rodoviária do mundo sobre o mar, a da Baía de Qingdao, ao sul de Shanghai. Construída pela empresa estatal chinesa CCCC (China Communications Construction Company) , com 41,58 km de extensão (inclusive acessos em terra), a ponte teria custado, segundo fontes estatais, a quantia de 2,3 bilhões de dólares (R$ 5,4 bi). Tais valores variam de fonte até 5,5 bilhões de libras esterlinas (R$ 21,2 bi), segundo o jornal britãnico Daily Mail.
Além de usar dados furados para a comparação buscando "provar" que a ponte brasileira estaria superfaturada (o que pode ser verdade, já que os elementos disponíveis não permitem uma análise mais exata), desprezaram eventuais características de engenharia que podem fazer o preço por km variar muito. Na chinesa há 5500 pilares com alturas que parecem ser desde pequenas, já que a ponte tem pelo menos dois grandes vãos para permitir a navegação e cuidados com terremotos e tempestades. A profundidade da baía de Qingdao é de 10 a 15 m. A ponte é montada com pré-moldados feitos em terra e transportados por barcaça. Pode ser que a ponte gaúcha tenha características que possam aumentar ou diminuir tal valor.
Também não foi feita nenhuma ressalva pela escala da indústria de construção chinesa e pelo custo baixíssimo de mão-de-obra, impostos baixos, desprezo a exigências ambientais, etc. Uma obra como essa pode ser feita em 4 anos com a alocação de um número inimaginável de trabalhadores, em comparação com o Brasil, em inúmeras frentes de trabalho. |A ponte chinesa tem 35 metros de largura. A do Guaíba, 28m.
E o fluxo de caixa? Uma obra anda à medida da disponibilidade de dinheiro. No Brasil o cronograma obedece a empenhos plurianuais por falta de recursos para investimentos instantâneos. Não dá para comparar prazos nossos com os chineses, não porque não tenhamos tecnologia, mas porque o dinheiro tem que sair em doses homeopáticas. Se houvesse recursos fartos e não houvesse a cada instante questionamentos ambientais, essa obra do Guaíba poderia ser feita em pouco mais de um ano (seis meses são só para os estudos e projetos).
Para detonar essa conta mal feita da mídia gaúcha apoiada pela Veja, seguem as contas refeitas com os valores corretos. A partir do dado correto calculado com o valor oficial de US$ 2,3 bi (R$ 5,4 bi), temos o preço por km de R$ 129 milhões para a ponte chinesa. Como para manipular também reduziram o tamanho da ponte do Guaíba apenas ao trecho que passa sobre o mar, desprezando as vias elevadas de acesso que levam a extensão total da obra a 7,8km, a outra tabela mostra que multiplicando essa extensão pelo valor unitário chinês chegamos a R$ 1,006 bi, ou seja, muito próximo do valor que eles inventaram como sendo o orçamento da obra, que não consta em nenhum site oficial. Se a ponte do Guaíba custar menos que isso quando abrirem a licitação, confirmará o furo matemático e a manipulação para induzir a análises políticas de má-fé.
Segue o texto que circula nas redes sociais e e-mails como se fosse uma verdade absoluta, pedindo para que se repasse a todo mundo para espalhar bem a calúnia e difamação contra o governo federal:
Por usar o Regime Diferenciado de Contratações, o orçamento é secreto, portanto, nada se pode especular sobre o valor final, que será conhecido com a abertura das propostas marcada para o dia 4/2/2014. Qualquer valor usado para análises poderá ser desmentido quando os envelopes forem abertos.
A manipulação vem da comparação com um tal valor estimado para essa ponte a partir de matéria do jornal Zero Hora e usado para análise política pela coluna do Augusto Nunes na VEJA em 4/7/2011 na matéria sob título "Só no Brasil a ponte sobre o Rio Guaíba não é o caminho mais curto entre o Ministério dos Transportes e a penitenciária", de R$ 1,16 bilhão. Outro dado usado na pajelança matemática foi a extensão da ponte, que consta na matéria sendo de 2,9 km. O valor correto é 7,8km.
No melhor estilo "vira-latas colonizado", claro que os dados tinham que buscar uma comparação internacional. Escolheram na China "comunista" para base de preços a maior ponte rodoviária do mundo sobre o mar, a da Baía de Qingdao, ao sul de Shanghai. Construída pela empresa estatal chinesa CCCC (China Communications Construction Company) , com 41,58 km de extensão (inclusive acessos em terra), a ponte teria custado, segundo fontes estatais, a quantia de 2,3 bilhões de dólares (R$ 5,4 bi). Tais valores variam de fonte até 5,5 bilhões de libras esterlinas (R$ 21,2 bi), segundo o jornal britãnico Daily Mail.
Além de usar dados furados para a comparação buscando "provar" que a ponte brasileira estaria superfaturada (o que pode ser verdade, já que os elementos disponíveis não permitem uma análise mais exata), desprezaram eventuais características de engenharia que podem fazer o preço por km variar muito. Na chinesa há 5500 pilares com alturas que parecem ser desde pequenas, já que a ponte tem pelo menos dois grandes vãos para permitir a navegação e cuidados com terremotos e tempestades. A profundidade da baía de Qingdao é de 10 a 15 m. A ponte é montada com pré-moldados feitos em terra e transportados por barcaça. Pode ser que a ponte gaúcha tenha características que possam aumentar ou diminuir tal valor.
Também não foi feita nenhuma ressalva pela escala da indústria de construção chinesa e pelo custo baixíssimo de mão-de-obra, impostos baixos, desprezo a exigências ambientais, etc. Uma obra como essa pode ser feita em 4 anos com a alocação de um número inimaginável de trabalhadores, em comparação com o Brasil, em inúmeras frentes de trabalho. |A ponte chinesa tem 35 metros de largura. A do Guaíba, 28m.
 |
| Tabela 1 : Manipulação com valores errados da VEJA |
 |
| Cálculo correto do custo por km da ponte chinesa |
Segue o texto que circula nas redes sociais e e-mails como se fosse uma verdade absoluta, pedindo para que se repasse a todo mundo para espalhar bem a calúnia e difamação contra o governo federal:
CUSTO OBRAS CHINA E BRASIL
VEJAM COMO A MATEMÁTICA PODE SER CRUEL... .
Há uma semana, o governo da China inaugurou a ponte da baía de Jiaodhou, que liga o porto de Qingdao à ilha de Huangdao. Construído em quatro anos, o colosso sobre o mar tem 42 quilômetros de extensão e custou o equivalente a R$2,4 bilhões.
Há uma semana, o DNIT escolheu o projeto da nova ponte do Guaíba, em Ponte Alegre, uma das mais vistosas promessas da candidata Dilma Rousseff. Confiado ao Ministério dos Transportes, o colosso sobre o rio deverá ficar pronto em quatro anos. Com 2,9 quilômetros de extensão, vai engolir R$ 1,16 bilhões.
Intrigado, o matemático gaúcho Gilberto Flach resolveu estabelecer algumas comparações entre a ponte do Guaíba e a chinesa. Na edição desta segunda-feira, o jornal Zero Hora publicou o espantoso confronto numérico resumido no quadro abaixo:
Os números informam que, se o Guaíba ficasse na China, a obra seria concluída em 102 dias, ao preço de R$ 170 milhões. Se a baía de Jiadhou ficasse no Brasil, a ponte não teria prazo para terminar e seria calculada em trilhões. Como o Ministério dos Transportes está arrendado ao PR, financiado por propinas, barganhas e permutas ilegais, o País do Carnaval abrigaria o partido mais rico do mundo.
Corruptos existem nos dois países, mas só o Brasil institucionalizou a impunidade.
Se tentasse fazer na China uma ponte como a do Guaíba, Alfredo Nascimento daria graças aos deuses se o castigo se limitasse à demissão.
Dia 19/07/11, o Tribunal chinês sentenciou a execução de dois prefeitos que estava envolvidos em desvio de verba pública.
(Adotada esta prática no Brasil, teríamos que eleger um Congresso por ano)
Vamos fazer esta mensagem chegar a todos os Brasileiros....
http://veja.abril.com.br/blog/
http://veja.abril.com.br/blog/
Postagens
Nenhum comentário:
Postar um comentário