sábado, 5 de abril de 2014

Lata d'água na cabeça, lá vai paulista, lá vai paulista...

A região metropolitana de São Paulo está em situação emergencial hídrica e parece que está tudo bem. Estamos chegando à metade de abril e nada de chuvas para repor a água do sistema de reservatórios e evitar o colapso. Aí começa a faltar água na periferia, onde geralmente as pessoas já sofrem todo tipo de mazela e não se organizam para protestar. Aí começa a faltar para a classe média. Quando chegar à elite, não vai ter água Perrier que dê para suprir a falta nas torneiras.

A SABESP é uma empresa de economia mista e maximiza lucros a ponto de não ter feito os investimentos necessários para garantir o abastecimento. Mesmo com alertas desde 2004. E o consumo foi aumentando, o sistema Cantareira secando e nada de investimentos em interligações de bacias, de eliminação de desperdícios, de tubulações obsoletas, etc. Seu último balanço mostrou queda substancial de lucros. Pior: para evitar a palavra RACIONAMENTO e suas implicações políticas, oferece aos usuários descontos na conta de consumo se conseguirem economizar. Ou seja, deixa de vender água, e a que vende fica mais barata. Preferiram adotar o termo RODÍZIO para não lembrar os tempos FHC de falta de energia. Já virou gozação.



Fonte : Tijolaço
O governador Alckmin torce para que o desastre da falta d'água generalizada só aconteça depois das eleições, porque sabe o quanto custará politicamente sua incompetência. Racionamento é uma palavra associada ao governo FHC, que deixou o país sem luz em 2001. Tentam colar em Dilma a mentira do racionamento iminente de energia, mas os dados insistem em desmentir com folga isso. O pior para São Paulo é que com uma seca prolongada será necessária muita chuva que será absorvida pelo solo seco até começar a fluir pelo solo e contribuir para os reservatórios. Há risco de termos uma catástrofe humanitária inédita na maior cidade da América do Sul. De onde vão tirar água para uso de 10 milhões de pessoas, de uma hora para a outra, sem chuvas?
Hidrelétrica Santo Antônio - RIo Madeira  (Tijolaço)

O governo federal não vai ficar de braços cruzados contando com alguma atitude de Alckmin. Vai intervir no problema, através da Agência Nacional de Águas, para salvaguardar a população paulista do desastre iminente. Poupar água será necessário até que o risco se atenue.



Por que não tem racionamento elétrico com reservatórios fora dos níveis ideais no sudeste? Porque o sistema é interligado. Neste ano grandes geradoras começaram a produzir na região norte, onde não há seca. Jirau, Santo Antõnio e, em breve, Belo Monte. Fora isso há parques eólicos em fase de interligação ao sistema, e as térmicas, que garantirão com folga a energia para os próximos anos. Em São Paulo não mitigaram os riscos, e deu no que deu. Será que vamos ver coxinhas carregando latas d'água nas caçambas das suas SUV? Será que veremos madames carregando latas d'água na cabeça, como no samba de Candeias Júnior?

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