quarta-feira, 2 de abril de 2014

Pasadena é cortina de fumaça para entrega do Pré-Sal pelos tucanos

Gostei muito da interpretação do jornalista Luis Nassif sobre a alta da Petrobrás. Conhecedor do mercado, disse que o caso Pasadena é coisa pequena perto do patrimônio da empresa e não é levado em conta nas decisões estratégicas dos investidores. Até porque a refinaria nos EUA funciona e dá lucro. Então, por que tanta escandalização em cima disso, com direito a CPI e amplo apoio de mídia à oposição? E por que as ações estão subindo?

Em primeiro lugar, por interesses do PMDB de valorizar sua bancada através de chantagem contra o governo Dilma, do qual faz parte. A CPI foi resultado disso, e seus desdobramentos envolvem novos atos mercenários. Em segundo pela manipulação de uma pesquisa do IBOPE através de boatos dizendo que a presidente Dilma teria perdido pontos na disputa eleitoral, o que seria um bom sinal para o mercado que considera seu governo intervencionista.

As ações subiram, num primeiro movimento especulativo, e se mantiveram em alta mesmo depois de desmentido o boato. Dias depois, já em ambiente de CPI, soltaram a outra informação da pesquisa: caiu a popularidade de Dilma, como se fosse algo posterior à primeira informação da pesquisa. Aí veio a "tempestade perfeita": CPI, Pasadena, corrupção, fogo pesado contra a Petrobrás. Nisso as ações subiram mais e se mantiveram em patamares mais altos.

Segundo Nassif, o que o mercado entende é que as pressões sobre Dilma serão aliviadas com um reajuste dos combustíveis, sinalizando mais lucros e possivelmente nova alta das ações. Isso é o que mantém as apostas dos especuladores do mercado de capitais.

Dilma não pode aumentar combustíveis sem o risco de alimentar a inflação. Acaba de aumentar impostos sobre produtos supérfluos para capitalizar o setor elétrico. Não será muito fácil haver o tal reajuste. Em consequência da quebra das expectativas, as ações deverão cair de preços. Mesmo assim novos lances especulativos virão: já tem uma nova pesquisa Datafolha para sair, e a boataria está na praça. Pasadena já deu  o que tinha que dar.

No fundo mesmo o que todo esse sensacionalismo esconde é a jogada de trilhões. O candidato Aécio Neves, do PSDB, em discurso disse que, se eleito, irá rever as concessões do pré-sal. Exatamente igual ao que o então candidato José Serra prometeu a executivos da norte-americana Chevron, na sua campanha. Querem acabar com o sistema de partilha, que trouxe muito mais ganhos ao país, para atender aos interesses estrangeiros. Mas disso não se fala muito. 

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