Quem vê os programas e promessas de Serra acha que só lhe falta vestir um vestido e botar batom, de tão "mulher" que ele tenta fazer crer que é. Programa Mulher Paulista, Programa Mulheres da Paz, Programa "Vamos lá, mulheres" (parece chamamento de cafetão para o "trabalho"), Programa Mãe Brasileira, e, na prática, Programa de Aborto da Mulher na Presidência, muito bem tocado pelos seus aliados da TFP, Opus Dei, fundamentalistas religiosos e preconceituosos de toda espécie.
O pessoal da TFP, por exemplo, fez nota que foi distribuída na reunião de Serra com os eleitos, descendo a ripa em Dilma e, por extensão, nas mulheres em geral, já que não as admitem na organização de extrema direita. Aliás, admitem mulheres sim, para desgosto de um certo articulista da Veja que parece descer da sua capacidade intelectual para colocar-se no patamar dos intelectualmente debilitados que o cercam e bajulam, porque tenta negar que a nota foi distribuída por uma mulher, com adesivo do candidato tucano, no simplismo "como pode uma mulher ter distribuído a nota, se a TFP não aceita mulheres?" Nada como alguém do "métier" para confirmar o caráter machista da entidade que apóia Serra.
Já a Opus Dei, que tem como um dos seus mais famosos seguidores o governador Geraldo Alckmin, tucano paulista, aceita as mulheres em condições vis, como está denunciado no livro "Opus Dei e as mulheres", cujas sete autoras relatam o cotidiano de submissão e humilhação de mulheres ligadas à organização que tem ótimas relações com o Vaticano, e também apoia Serra. Trecho do prefácio explica como vêem as mulheres e justificam sua afinidade com Serra:
"...O Opus Dei e as Mulheres é o mais novo exemplar de uma safra de obras brasileiras que se dedicam a desmascarar essa poderosa organização da Igreja Católica que, sob a rubrica de “prelazia pessoal”, responde por seus atos diretamente ao Papa, por meio de relatórios pasteurizados onde só aparece aquilo que interessa mostrar. Em pleno ano de 2006, e cinqüenta e sete anos após a publicação do Segundo Sexo de Simone de Beauvoir (primeira edição francesa de 1949), Viviane Lovatti Ferreira e suas companheiras lançam luz sobre o modo de pensar e de agir de uma organização que submete as mulheres à discrição, ao cumprimento de tarefas domésticas, à criação e educação de filhos, entendendo, enfim, que metade da humanidade deva exercer um papel secundário, onde a inteligência não seja exigida. Portanto, um meio social artificial onde todos os avanços alcançados pelo movimento feminista são solenemente ignorados. Sob a forma de entrevista e com a linguagem leve de uma conversa entre amigas que tecem, o livro introduz o leitor em um mundo sombrio onde o corpo de homens e mulheres deve ser mortificado por meio de banhos frios, autoflagelação e uso do cilício, mas que, no caso delas, adiciona-se mais um martírio: dormir sobre tábuas. Como não ver nessa prática o sintoma de uma mentalidade arcaica que ainda considera a mulher mais sensual e mais fraca em relação aos instintos do que o homem? A resposta oficial do Opus Dei é que dormir em tábuas faz bem para a coluna. Mas a pergunta que surge então é a seguinte: só faz bem para a coluna feminina? Ao lançar um olhar feminino sobre essa máquina infernal de destruição da psique humana, o livro O Opus Dei e as Mulheres a um só tempo desmascara a face angelical que se quer transmitir por meio da missão de “santificar o mundo” e completa outros testemunhos já publicados, uma vez que esses foram feitos por homens que, por imposição das normas dessa organização misógina, devem ficar a léguas de distância das mulheres."
Se a visão de Serra sobre as mulheres fosse liberal, como no tempo que normatizou o aborto legal pelo SUS, tais organizações não se aproximariam dele. Nem os setores mais reacionários do clérigo, que impedem as mulheres de alcançar posições de destaque nas instituições religiosas. Nem os setores mais conservadores do empresariado, que impedem as mulheres de atingir altos cargos nas empresas. Todos esses grupos nutrem uma simpatia por Serra que não está clara na cortina de fumaça de programas que lança para conquistar o voto feminino.
Fecho o "post" com a musiquinha da campanha do candidato DEMO-tucano-TFP-Opus Dei e tudo de ruim que existir, que diz : "Serra é do DEM, Serra é do DEM..." Diga-me com quem andas, que te direi quem és!.
domingo, 10 de outubro de 2010
Serra: demagogia com as mulheres
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