quinta-feira, 4 de junho de 2009

OEA tira veto a Cuba

A notícia não mostra o esforço feito pela diplomacia brasileira, tendo à frente o chanceler Amorim, que mediou interesses americanos com os da Alba - Alternativa Bolivariana, que reúne, entre outros, Venezuela e Nicarágua. Depois de muito vaivém para a elaboração de um texto de resolução que contemplasse todos os interesses, Celso Amorim conseguiu convencer os nicaraguenses e venezuelanos a aceitarem os termos e permitirem o fim da suspensão de Cuba, aprovada há 47 anos por pressão americana em meio à guerra-fria.

A reabilitação permite que Cuba volte à OEA. A questão é se eles querem voltar, já que Fidel, mesmo afastado do poder, mas muito influente, escreveu o artigo "Cavalo de Tróia" chamando a OEA cúmplice de crimess contra o país. Por outro lado, a comunidade cubana exilada em Miami repudiou a suspensão do veto, pelo regime cubano não respeitar liberdades individuais, direitos humanos, etc.

Como escrevi no "post" anterior, novamente "business is business". Cuba tem as condições que fazem da China uma reserva de caça mundial de mais-valia sem riscos, dado o controle social, formação do povo e baixos salários. O fim do embargo, num próximo passo, nada mudará o seu regime, apenas permitirá que o capitalismo volte a explorar em terras cubanas de forma ordenada.

Isso seria bom para os capitalistas americanos, que não precisariam dar a volta ao mundo para instalar uma fábrica. Cuba facilita a gestão e a logística, fica junto ao maior mercado do mundo e não tem os problemas do México. Obama não vacilará em encerrar embargo, se a burocracia cubana topar, apesar da gritaria da comunidade cubana da Flórida, estado onde os democratas sempre perdem eleições.

A exemplo do fim do veto na OEA, a diplomacia brasileira será fundamental para construir a solução para o fim do embargo. É por essas e por outras que Obama chama Lula de "o cara"! Corre até o rumor de que Obama quereria Lula como presidente do Banco Mundial, a partir de 2011, já que entende de povo, de pobre, e tem boas relações em todo o mundo, coisas que a dinastia de americanos à frente do banco nunca entendeu bem.

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