segunda-feira, 1 de abril de 2013

1° de Abril de 1964 - O golpe da mentira

1° de abril de 1964 : O golpe da mentira - Nessa data o golpe triunfou. Jango saiu de Brasília para o Rio Grande do Sul e daí para o exílio no Uruguai. Apesar da movimentação militar, o golpe teve inspiração das forças civis de direita (igreja católica, governadores, etc) e pleno apoio do governo dos Estados Unidos. 

Em 2 de abril Ranieri Mazilli, presidente do Congresso, tomou posse como presidente para conduzir o processo de escolha de um novo presidente em 30 dias, para terminar o mandato de Jango e fazer eleições diretas em 1965. O Ministro da Guerra foi mais longe: Diretas Já! E todas essas mentiras acabaram em 21 anos de trevas.


 A história que aprendemos foi contada pelos vitoriosos. Até a verdade sobre isso tem que ser reposta. Por trás de tudo o governo dos EUA, como mostraram os documentos do Wikileaks. Os civis de direita acabaram golpeados num segundo momento, não houve eleição, cassaram Lacerda e JK, principais candidatos à eleição de 1965 e eles e Jango acabaram mortos em circunstâncias suspeitas. Nos últimos dias a família Goulart autorizou a exumação dos restos de Jango para investigação da suspeita de envenenamento. JK morreu num acidente estranhíssimo na Via Dutra. 
Globo : 1964 e hoje, iguais

A mídia golpista da época foi ao delírio. O apoio aberto ao golpe e a cobrança de medidas duras contra os derrotados estampou os jornais, com algumas nuances. O Globo queria que os "revolucionários" pisassem no acelerador na destruição dos movimentos sociais, cadeia para os apoiadores de Jango e na bajulação aos militares. O Jornal do Brasil teve uma postura mais cautelosa, temendo que os primeiros momentos do golpe, onde se falava em eleições e democracia, se tornasse um regime fechado, o que aconteceu, de fato, nos dias seguintes. 


Mentiram para o povo, mentiram para os aliados. O fato é que Juscelino, Carlos Lacerda e outros políticos que apoiaram o golpe pensando em se eleger presidente em 1965 tomaram uma rasteira dos militares, que tinham outros planos e ordens do exterior, e a ditadura seria uma questão de dias. Logo a seguir vieram os Atos Institucionais, a nomeação de Ministro da Fazenda ligado aos interesses norte-americanos e o manto de chumbo sob o qual a barbárie do estado se estabeleceu. 

A presidente Dilma Roussef, vítima da ditadura, cobra com razão que se aprofundem as investigações da Comissão da Verdade. Toda a América Latina já investigou as ditaduras implantadas pelos EUA e muita gente foi parar na cadeia, pagando por seus crimes. É vergonhoso que o Brasil não tenha ainda feito sua revisão histórica e acoberte com uma Lei de Anistia apenas os que mataram e torturaram. Não se pode esquecer o passado para que não se repita no futuro. Repor a verdade até na data do golpe, que foi, de fato, em 1° de abril, dia da mentira. 




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