A Líbia sumiu dos noticiários. Se considerarmos a quantidade de recursos da OTAN disponibilizados para destruir a força militar de Kadafi desde o início dos ataques aéreos "com fins humanitários", segundo a resolução, há que se considerar o fracasso como resultado. São quatro meses de bombardeios, sem avanços consideráveis das tropas rebeldes. A guerra civil está mais ou menos empatada, e Kadafi tem a seu lado a grande maioria da população líbia. Parece que a OTAN não aprendeu as caras lições do Afeganistão.
Agora o que se diz é que Kadafi está procurando uma solução negociada para entregar o poder. Como muitas outras mentiras da imprensa ocidental nessa guerra, nada está acontecendo, e o ditador está confiante, se não na vitória, pelo menos na manutenção de boa parte do território sob seu controle. Seus combatentes aprenderam os macetes para fugir dos bombardeios, usando, ao invés de blindados, caminhonetes com metralhadoras na carroceria iguais às dos rebeldes. Por conta disso, a OTAN já destruiu vários comboios de aliados, confundindo-os com as tropas de Kadafi.
A coalizão que levou a OTAN à Líbia está com crises internas. Berlusconi, da Itália, já declarou que não queria entrar na "aventura líbia", tirando o seu da reta à medida que centenas de milhares de refugiados líbios chegam às praias do sul do seu país. Sarkozy, que viu no ataque a chance de um rápido desfecho e rápido faturamento eleitoral, também está insatisfeito. A Inglaterra também passa pelo mesmo erro de avaliação. Alemanha e Turquia, que não botaram muita fé, aproveitam as divergências para tentar sair desse rolo.
Por outro lado, os rebeldes imploram por tropas, tanques, enfim, envolvimento direto da OTAN no conflito ao seu lado, com riscos de perdas humanas, etc. A não ser que matem Kadafi e todo o seu clã, não deverá haver nos próximos dias e meses fatos novos nessa guerra cada vez mais pantanosa e esquecida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário