sexta-feira, 22 de julho de 2011

Os 2252 dias de governo Dilma

Ontem a imprensa em geral focou na conclusão de 200 dias do governo Dilma Roussef para suas análises, balanços e comparações. Em geral, fala-se que seu governo está parado tanto pela herança de Lula, da economia superaquecida por políticas anticíclicas para escapar à crise mundial, como pelos problemas envolvendo seus ministros.


Dilma começou a governar em 1/1/2011? Formalmente, sim. Na prática, ela governa o país desde 21/05/2005, quando tomou posse na Casa Civil, substituindo o incompetente José Dirceu, que passou dois anos e meio no cargo fazendo politicagem sem tocar nenhum projeto de desenvolvimento nem conseguir articular os ministérios e a base governista. Em vez de 200, são 2252 dias desde que Dilma saiu do Ministério das Minas e Energia, onde mostrou habilidade e competência, e chegou à Casa Civil como tábua de salvação para o governo Lula, envolvido na crise do mensalão.

Em 2006, foi a vez de Palocci sair noutro escândalo, dando lugar ao ministro Guido Mantega, que junto com Dilma mudou a cara do governo Lula, a partir de políticas neo-keynesianas alinhadas a um projeto de desenvolvimento. Eles deram as condições para a reeleição de Lula e pavimentaram o caminho para o seu sucesso retumbante. Graças ao PAC, Minha Casa, Minha Vida, às ações de aceleração da economia em meio à crise, Dilma se elegeu para continuar, agora como titular, o que vinha fazendo nos bastidores.

Não se pode falar, portanto, em "herança de Lula", pois Dilma não é a continuidade dele, tanto nas ações econômicas como nos projetos de desenvolvimento. Lula teve o dom de negociar com todos os setores da sociedade e conseguir governar apesar de toda a hostilidade e preconceitos contra si e contra a classe trabalhadora. Dilma arrumou a casa, e esse é o seu estilo. Faz mais do que fala.

Nenhum comentário:

Postar um comentário