quinta-feira, 21 de julho de 2011

Os americanos e a crise da dívida

Apesar de haver uma proposta conjunta de deputados democratas e republicanos para a elevação do teto da dívida pública, o processo de votação deverá se arrastar e uma solução não será alcançada antes do fatídico 2 de agosto, que pode ser o último dia de credibilidade dos Estados Unidos no mundo dos negócios. A Fox News, que é escancaradamente anti-Obama, mas muito pior mesmo, de fazer a Globo parecer até simpática ao Lula nos últimos anos, encomendou uma pesquisa para saber como o povão vê a iminência do calote.


Como não vi nenhuma referência na mídia brasileira na internet sobre o assunto, tive o trabalho de ler a pesquisa e sintetizar algumas informações. Aí vão alguns resultados, que podem parecer contraditórios:

- 23% definitivamente não apoiariam o seu candidato preferido se ele votasse pela elevação do débito. Outros 15% provavelmente não apoiariam. Já 24% apoiariam com certeza, e 21% provavelmente apoiariam.;
- 63% consideram uma má idéia aumentar impostos em período de recuperação econômica. 27% acham uma boa idéia;
- 60% dos entrevistados disseram que se fossem congressistas, votariam contra o aumento do limite de débito. 35% seriam a favor;
- 44% acham que Obama e os democratas estão trabalhando por políticas para ajudar os americanos, enquanto outros 49% acham que está usando a crise para ganhos políticos;
- 63% acham que a oposição republicana está usando a crise para obter ganhos políticos, contra 29% que acham que fazem algo para ajudar os americanos;
- 50% consideram que será pior para o país se os líderes em Washington falharem em aumentar o limite do débito e não pagar parte das suas contas, enquanto 40% acham que será pior se pedirem mais dinheiro emprestado para pagar as contas;
- 32% culpariam o presidente Obama por falhar na busca de um acordo para elevar o teto da dívida e deixar de pagar contas, enquanto 47% responsabilizariam os congressistas republicanos. Outros 15% culpariam ambos;
- 63% entendem que se não houver aumento do limite da dívida, o governo não deixará de pagar os benefícios da seguridade social, e que essa possibilidade é apenas uma tática de medo pela aprovação da elevação do teto. 28% acreditam no calote;
- 39% acham que se não houver aumento do teto, será uma catástrofe financeira, enquanto 55% acham isso um exagero;
- 61% acham que Obama pode chegar a uma solução para a dívida pública, e 35% acham que só se resolve quando ele sair;
- 73% concordariam com um corte linear de 3% na folha de pagamento do serviço público, e 20% seriam contra;

De tudo isso, uma coisa é certa: quem vai pagar a conta disso tudo é o setor mais pobre. A minoria rica tem tanto poder político que consegue influenciar o congresso e os americanos para não haver aumento de impostos para eles, passando a conta para a classe média. Os republicanos estão levando a pior nessa queda de braço, porque a culpa dos Estados Unidos darem calote seria deles. A maioria votaria contra o aumento da dívida, mas acha que se não se resolver esse impasse será pior para o país. Pelo visto, na disputa política, Obama e os democratas estão se dando bem melhor que os republicanos.

Corte bom de gastos é fim de guerras, de mensalões para ditadores aliados aos Estados Unidos, de comprar todas as armas que os lobistas da indústria bélica empurram para o governo, de subsídios para empresas de petróleo , de salvar bancos e empresas falidos. Aumento de imposto aceitável é sobre as fortunas daqueles caras que adoram aparecer na Forbes e dos que aspiram a chegar lá.






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