terça-feira, 25 de junho de 2013

Constituinte : Proposta avançada pode morrer por politicagem

Apesar que querer a demolição do atual sistema político para que outro, democrático, transparente e permeável, com participação direta da sociedade, e defender a proposta de Dilma tenho sérias dúvidas sobre a viabilização porque a idéia não teve, até aqui, o impacto esperado. O que Dilma propôe é muito superior a tudo que se pede. A Constituinte é a mãe de todas as propostas. Era para qualquer indignado com corrupção, mordomias, gastos de políticos e prioridades erradas ter abraçado a proposta e ir para as ruas.

Isso não aconteceu. Só serviu para a direita ficar apavorada e pregar o "golpe preventivo" diante do "bolivarianismo" plebiscitário. Nas ruas continua a luta focada em transportes, a Globo promovendo a PEC 37 e o esfacelamento das lutas em pequenas manifestações.

Até o PT foi pego de surpresa. Vinha propondo uma reforma política de remendos, e de repente a Dilma atropelou todo mundo com algo muito melhor. A esquerda não deu bola, e mesmo os deputados do PT apóiam porque foi a presidente que fez, meio sem ênfase.

A Globo já se agarrou na proposta da OAB para fazer um projeto de reforma no atual congresso e submetê-lo a plebiscito popular. Uma meia-sola que salva os traseiros dos atuais congressistas e afasta o risco da energia saneadora das ruas ameaçar o "establishment"

A mediocridade dominante não aceita que Dilma dê as cartas no processo, mesmo que a proposta seja avançada. Todo mundo só olha para as eleições de 2014 e quer enfraquecê-la para ter chances de pegar o poder e manter tudo como está.

Enquanto isso a energia das ruas é aterrada pela triste constatação de que parece que todo mundo quer que as coisas fiquem como estão para todos continuarem reclamando sem ninguém mudar nada. Parece cômodo assim.






Um comentário:

  1. Acaba de dar na TV que Dilma desistiu da constituinte porque não haveria tempo hábil de fazer as reformas valerem para a próxima eleição. Ajudou muito a apatia do PT e as bolas nas costas do ministro da justiça, Luiz Eduardo Cardoso, que desde a reunião com a OAB já colocava a revisão da proposta. Lamentável.

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