Acho que um dos objetivos intangíveis da candidatura do Brasil à Copa do Mundo da FIFA foi alcançados por vias tortas: a partir de padrões mais elevados, tentar criar novos referenciais qualitativos para a população. Em outros países esses eventos estimularam governos a fazer campanhas por boas maneiras, civilidade, etc, pois o mundo inteiro estaria vendo o país, e seria importante uma boa imagem para mostrar o povo desenvolvido e atrair as atenções de turistas, investidores, etc.
A movimentação das ruas, ao incorporar segmentos de classe média que passaram a reivindicar "padrão FIFA" nos hospitais, escolas e transportes públicos ajudou a essa reflexão, mas não chegou às pessoas, em especial da própria elite que cobra dos outros mas se acha acima das regras e leis. Vão ao exterior e lá se enquadram em tudo como se fossem os melhores cidadãos locais: não jogam lixo nas ruas, respeitam faixas de pedestres e limites de velocidade, obedecem às filas, etc. Esse aprendizado cai por terra ao chegar por aqui.
Certa vez vinha do exterior e havia uma fila para despachar malas para conexões. De repente, chega uma turba de turistas brasileiros vindos dos EUA que, na moral, criaram uma fila paralela e passaram a querer ser atendidos furando a outra fila. Algumas pessoas protestaram pela falta de educação, e o barraco foi armado. Tudo gente classes A e B.
No jogo Brasil x Japão, cheio das mesmas classes A e B de Brasília, entre os quais os que vaiam presidente, estava numa fila para comprar cerveja e uma senhora simplesmente foi se encostando até que furou a fila. Não satisfeita, pegou dinheiro de uma outra pessoa para comprar várias cervejas, que eram servidas em copos e cada uma levava um certo tempo. Um homem denunciou o ato de falta de educação, a mulher reagiu e rapidamente chegou a polícia e a obrigou a ir para o fim da fila. Aplausos da fila toda.
Hoje novamente em aeroporto vi uma cena dessas. Os detetores de metais do aeroporto JK, em Brasília, estão numa área em obras, mas o trabalho é exatamente o mesmo dos outros tempos. Nisso uma senhora logo adiante na fila começou a dizer que era um absurdo o Brasil seguir as normas anti-terrorismo por causa da Copa, da FIFA, governo isso e aquilo. Ninguém deu bola. De repente, ela convida quatro outras mulheres para entrar na fila com ela, na boa, para irritação do restante da fila que, com o seu ato, demoraria bem mais. Vozes se elevaram, as pessoas acabaram saindo e a mulher ficou reclamando. Ela é do tipo que se acha "padrão FIFA".
A movimentação das ruas, ao incorporar segmentos de classe média que passaram a reivindicar "padrão FIFA" nos hospitais, escolas e transportes públicos ajudou a essa reflexão, mas não chegou às pessoas, em especial da própria elite que cobra dos outros mas se acha acima das regras e leis. Vão ao exterior e lá se enquadram em tudo como se fossem os melhores cidadãos locais: não jogam lixo nas ruas, respeitam faixas de pedestres e limites de velocidade, obedecem às filas, etc. Esse aprendizado cai por terra ao chegar por aqui.
Certa vez vinha do exterior e havia uma fila para despachar malas para conexões. De repente, chega uma turba de turistas brasileiros vindos dos EUA que, na moral, criaram uma fila paralela e passaram a querer ser atendidos furando a outra fila. Algumas pessoas protestaram pela falta de educação, e o barraco foi armado. Tudo gente classes A e B.
No jogo Brasil x Japão, cheio das mesmas classes A e B de Brasília, entre os quais os que vaiam presidente, estava numa fila para comprar cerveja e uma senhora simplesmente foi se encostando até que furou a fila. Não satisfeita, pegou dinheiro de uma outra pessoa para comprar várias cervejas, que eram servidas em copos e cada uma levava um certo tempo. Um homem denunciou o ato de falta de educação, a mulher reagiu e rapidamente chegou a polícia e a obrigou a ir para o fim da fila. Aplausos da fila toda.
Hoje novamente em aeroporto vi uma cena dessas. Os detetores de metais do aeroporto JK, em Brasília, estão numa área em obras, mas o trabalho é exatamente o mesmo dos outros tempos. Nisso uma senhora logo adiante na fila começou a dizer que era um absurdo o Brasil seguir as normas anti-terrorismo por causa da Copa, da FIFA, governo isso e aquilo. Ninguém deu bola. De repente, ela convida quatro outras mulheres para entrar na fila com ela, na boa, para irritação do restante da fila que, com o seu ato, demoraria bem mais. Vozes se elevaram, as pessoas acabaram saindo e a mulher ficou reclamando. Ela é do tipo que se acha "padrão FIFA".
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