Não costumo ver os programas da noite da Globonews para não agredir a pobre TV, que não tem nada a ver com as mentiras que transmite. A última foi no Em Pauta, que a repórter disse que o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, por bondade, resolveu acompanhar o prefeito de São Paulo na redução de tarifas no metrô e trem. Muito bonzinho ele, afinal, a manifestação só falava dos ônibus.
Esse tipo de mentira jogada ao vento vai no sentido da veiculação da mídia do problema ser apenas do Haddad (PT), quando sempre foi de todos os transportes. Como o Haddad reuniu o Conselho da Cidade, ouviu os manifestantes e depois se reuniu com Lula e Dilma, que devem ter acertado com ele a redução, Alckmin ficaria isolado e todo o movimento focaria no governo estadual, que já está devendo aos manifestantes pela repressão violenta da quinta-feira passada.
O mais interessante é que não falam o que foi tratado na reunião de Lula e Dilma com o prefeito ontem à tarde. Ninguém no país é mais expert em mobilização que Lula, que levantou o operariado contra a ditadura no fim dos anos 70. Sabe como a coisa funciona e sabe como desmontar uma mobilização. Deve ter enquadrado até o Alckmin, já que não interessa nem ao PT nem ao PSDB que um movimento que questiona todos os partidos cresça mais, por isso houve a sincronização dos anúncios em São Paulo e no Rio.
O recuo foi tático e sincronizado. Anunciado logo após a vitória do Brasil por 2 x 0 contra o México em Fortaleza, que empolgou a torcida, o rebaixamento dos preços de passagens também pegou o início das manifestações, esvaziando parte da força entre os 56% dos participantes que tinham como foco o valor das passagens. Uma jogada de mestre para segurar o movimento, e só a genialidade de Lula, para bem ou mal, explica isso.
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