Nada mais democrático que as pessoas irem às ruas protestar contra tudo e todos. Nada mais cidadão que se querer participar das decisões de governos e ser respeitado pelo estado. Nada mais estranho que as pessoas fomentem um golpe de estado para ter uma ditadura, recebendo ordens de avatares, ou seja, as lideranças se escondem por trás de máscaras e pregam que não existem líderes e que os partidos estão proibidos de participar da direção.
Até ontem isso era uma novidade, quando as máscaras dos avatares começaram a cair. Um forte cheiro de fascismo no ar, seguido da sensação de golpe de estado em andamento. As fichas começaram a cair com a repulsa à participação de sindicalistas e partidos no Rio e em São Paulo, com violência extrema dos partidários do movimento. Coisa de torcida de futebol, para dizer o mínimo. Ao final do dia, as cenas de vandalismo que se tornam habituais pela omissão das polícias, atribuídas a criminosos oportunistas, e a destruição em Brasília partida do seio do movimento.
Muita gente viu a tentativa de umas dezenas de pessoas em meio a mais de 40 mil participantes tentar avançar rumo ao Palácio do Planalto aos gritos de "vamos pegar a Dilma", que foram barrados pelo policiamento. Depois fustigaram a tropa em frente ao Congresso com xingamentos, água do lago e finalmente atirando rojões à queima roupa nos policiais, iniciando o revide com gás lacrimogênio e spray de pimenta.
A partir dali a massa se dispersou e uma parte correu da fumaça para o lado do Ministério das Relações Exteriores. Aí vimos as lamentáveis e perigosas cenas do ataque ao prédio tombado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade com coquetéis molotov, apedrejamento dos vidros, pichações e invasão.
É um dos prédios mais belos da Esplanada dos Ministérios, um orgulho de Brasília, de repente, atacado por uns poucos e permitido pela omissão de milhares. Depois da polícia dispersar os manifestantes, o rastro de destruição seguiu com o ataque a diversos ministérios, pontos de ônibus, semáforos e teve como ponto alto o apedrejamento dos vitrais da Catedral de Brasília.
Muita gente só viu as principais imagens do condenável ataque ao Itamaraty pelas lente da TV Record, já que a Globo estranhamente não passava nada. Tais cenas junto à Praça dos Três poderes levantaram o alerta: e se chegassem ao Congresso, ao Planalto ou ao STJ?
A presidente Dilma permaneceu no Palácio do Planalto durante toda a crise, amparada por forças especiais, exército, Polícia Federal e PM, como demonstração de que não se intimidava pela tentativa de tomarem o poder na marra. E em Brasília se estabeleceu entre os jovens que experimentavam o gosto da democracia o sentimento de serem "inocentes úteis" para algo podre, como um golpe de estado. Coincidentemente ontem o Senado regulamentou a sucessão em caso de vacância do poder do presidente e do vice, aumentando a sensação de golpe.
A dinâmica do golpe é incitar as cenas de destruição e vandalismo que a mídia passa sem parar nem para comerciais, feitas por milícias fascistas que se abrigam no movimento legítimo e democrático com direção oculta, e depois acusar a Dilma de descontrole para justificar sua deposição "à paraguaia", botando alguém no seu lugar que prometerá eleições que não se realizarão. Se vão botar alguém de farda ou de toga dependerá de quem achem o melhor para fazer o trabalho sujo de detonar toda e qualquer forma de resistência ao novo regime. Inclusive quem hoje está nas ruas com a melhor das intenções e, sem perceber, está dando asas a cobras. Ditaduras odeiam partidos e fecham congressos.
A foto desse post é do New York Times, e ilustra o que se vê lá de fora. Ninguém entende bem os protestos, porque o país não é uma ditadura, vive um momento ímpar na economia, comparado aos demais, sem razões aparentes para um radicalismo dessa ordem. Na charge Dilma diz que "isso nos faz parecer um país do terceiro mundo". A pessoa ao lado diz: "pior: como a Europa". Nos cartazes a palavra "jobs", ou empregos, que ninguém no movimento está pedindo, e na outra, "Brazil: Enough" ou "Chega, Brasil".
Para um golpe não sofrer as sanções internacionais precisa de "justificativa", e pelo visto nossa mídia e os inimigos internos estão sendo bem sucedidos ao passar a imagem de crise econômica como base para tudo. Hoje os jornais estampam que a Inglaterra se ofereceu para fazer a Copa de 2014 caso o Brasil não tenha condições de dar segurança ao evento. Como se vê, nada é por acaso, e começa a cair a ficha do movimento contra a Copa. A credibilidade do Brasil no exterior está sendo minada, e logo poderá chegar aos investimentos estrangeiros.
Afinal, quem manda mesmo no movimento? Vi no Facebook muitos jovens passando adiante uma mensagem com o avatar usado pelo Anonymous, com duas mensagens: uma alertando para o jogo da direita e esquerda, outra com cinco bandeiras para o movimento adotar. Caiu a outra ficha: a juventude vai às ruas derrubar um governo eleito e colocar um avatar nos seu lugar. Quem, realmente está por trás daquela máscara? Além do mais, os míticos Anonymous não têm perfil no Facebook, porque não querem ser rastreados pelo "Big Brother" Obama. Quem está, portanto, por trás dessas máscaras?
O fato é que as bandeiras do movimento, que para a sua continuidade deveriam ter sido apresentadas ontem, não foram apresentadas. Conquistado o congelamento das passagens e sinalizado que a PEC 37 será rediscutida, o que resta é a sugestão quase individual das bandeiras. Cada um tem uma. O movimento não tem norte e os rebeldes ficaram sem causa. Uma desgraça para uma festa democrática tão recente, de tantas esperanças, com a apropriação do movimento pela direita para trazer a instabilidade ao país e derrubar Dilma.
Ainda bem que a ficha caiu, porque muita gente que foi na onda começa a questionar. Em termos de hashtag, que é a linguagem mais sintética, #DEMOCRACIA SIM GOLPE NAO. O movimento nas ruas tem que continuar, isolando a banda podre fascista e contestando as tentativas de manipulação a favor da volta a um passado que a juventude não viu nos livros de história porque só agora a Comissão da Verdade está escrevendo.
Até ontem isso era uma novidade, quando as máscaras dos avatares começaram a cair. Um forte cheiro de fascismo no ar, seguido da sensação de golpe de estado em andamento. As fichas começaram a cair com a repulsa à participação de sindicalistas e partidos no Rio e em São Paulo, com violência extrema dos partidários do movimento. Coisa de torcida de futebol, para dizer o mínimo. Ao final do dia, as cenas de vandalismo que se tornam habituais pela omissão das polícias, atribuídas a criminosos oportunistas, e a destruição em Brasília partida do seio do movimento.
Muita gente viu a tentativa de umas dezenas de pessoas em meio a mais de 40 mil participantes tentar avançar rumo ao Palácio do Planalto aos gritos de "vamos pegar a Dilma", que foram barrados pelo policiamento. Depois fustigaram a tropa em frente ao Congresso com xingamentos, água do lago e finalmente atirando rojões à queima roupa nos policiais, iniciando o revide com gás lacrimogênio e spray de pimenta.
A partir dali a massa se dispersou e uma parte correu da fumaça para o lado do Ministério das Relações Exteriores. Aí vimos as lamentáveis e perigosas cenas do ataque ao prédio tombado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade com coquetéis molotov, apedrejamento dos vidros, pichações e invasão.
É um dos prédios mais belos da Esplanada dos Ministérios, um orgulho de Brasília, de repente, atacado por uns poucos e permitido pela omissão de milhares. Depois da polícia dispersar os manifestantes, o rastro de destruição seguiu com o ataque a diversos ministérios, pontos de ônibus, semáforos e teve como ponto alto o apedrejamento dos vitrais da Catedral de Brasília.
Muita gente só viu as principais imagens do condenável ataque ao Itamaraty pelas lente da TV Record, já que a Globo estranhamente não passava nada. Tais cenas junto à Praça dos Três poderes levantaram o alerta: e se chegassem ao Congresso, ao Planalto ou ao STJ?
A presidente Dilma permaneceu no Palácio do Planalto durante toda a crise, amparada por forças especiais, exército, Polícia Federal e PM, como demonstração de que não se intimidava pela tentativa de tomarem o poder na marra. E em Brasília se estabeleceu entre os jovens que experimentavam o gosto da democracia o sentimento de serem "inocentes úteis" para algo podre, como um golpe de estado. Coincidentemente ontem o Senado regulamentou a sucessão em caso de vacância do poder do presidente e do vice, aumentando a sensação de golpe.
A dinâmica do golpe é incitar as cenas de destruição e vandalismo que a mídia passa sem parar nem para comerciais, feitas por milícias fascistas que se abrigam no movimento legítimo e democrático com direção oculta, e depois acusar a Dilma de descontrole para justificar sua deposição "à paraguaia", botando alguém no seu lugar que prometerá eleições que não se realizarão. Se vão botar alguém de farda ou de toga dependerá de quem achem o melhor para fazer o trabalho sujo de detonar toda e qualquer forma de resistência ao novo regime. Inclusive quem hoje está nas ruas com a melhor das intenções e, sem perceber, está dando asas a cobras. Ditaduras odeiam partidos e fecham congressos.
A foto desse post é do New York Times, e ilustra o que se vê lá de fora. Ninguém entende bem os protestos, porque o país não é uma ditadura, vive um momento ímpar na economia, comparado aos demais, sem razões aparentes para um radicalismo dessa ordem. Na charge Dilma diz que "isso nos faz parecer um país do terceiro mundo". A pessoa ao lado diz: "pior: como a Europa". Nos cartazes a palavra "jobs", ou empregos, que ninguém no movimento está pedindo, e na outra, "Brazil: Enough" ou "Chega, Brasil".
Para um golpe não sofrer as sanções internacionais precisa de "justificativa", e pelo visto nossa mídia e os inimigos internos estão sendo bem sucedidos ao passar a imagem de crise econômica como base para tudo. Hoje os jornais estampam que a Inglaterra se ofereceu para fazer a Copa de 2014 caso o Brasil não tenha condições de dar segurança ao evento. Como se vê, nada é por acaso, e começa a cair a ficha do movimento contra a Copa. A credibilidade do Brasil no exterior está sendo minada, e logo poderá chegar aos investimentos estrangeiros.
Afinal, quem manda mesmo no movimento? Vi no Facebook muitos jovens passando adiante uma mensagem com o avatar usado pelo Anonymous, com duas mensagens: uma alertando para o jogo da direita e esquerda, outra com cinco bandeiras para o movimento adotar. Caiu a outra ficha: a juventude vai às ruas derrubar um governo eleito e colocar um avatar nos seu lugar. Quem, realmente está por trás daquela máscara? Além do mais, os míticos Anonymous não têm perfil no Facebook, porque não querem ser rastreados pelo "Big Brother" Obama. Quem está, portanto, por trás dessas máscaras?
O fato é que as bandeiras do movimento, que para a sua continuidade deveriam ter sido apresentadas ontem, não foram apresentadas. Conquistado o congelamento das passagens e sinalizado que a PEC 37 será rediscutida, o que resta é a sugestão quase individual das bandeiras. Cada um tem uma. O movimento não tem norte e os rebeldes ficaram sem causa. Uma desgraça para uma festa democrática tão recente, de tantas esperanças, com a apropriação do movimento pela direita para trazer a instabilidade ao país e derrubar Dilma.
Ainda bem que a ficha caiu, porque muita gente que foi na onda começa a questionar. Em termos de hashtag, que é a linguagem mais sintética, #DEMOCRACIA SIM GOLPE NAO. O movimento nas ruas tem que continuar, isolando a banda podre fascista e contestando as tentativas de manipulação a favor da volta a um passado que a juventude não viu nos livros de história porque só agora a Comissão da Verdade está escrevendo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário