Interessante artigo do blogueiro Pedro Porfírio que põe argumentos na discussão sobre a importação de médicos, que vem sendo tratada com preconceito, desconfianças ideológicas, corporativismo, tudo, exceto preocupação com as pessoas que precisam de atendimento em vastas áreas do país."Elite corporativista teme mudança de foco que abale o nosso sistema mercantil de saúde
A virulenta reação do Conselho Federal de Medicina contra a vinda de 6 mil médicos cubanos para trabalhar em áreas absolutamente carentes do país é muito mais do que uma atitude corporativista: expõe o pavor que uma certa elite da classe médica tem diante dos êxitos inevitáveis do modelo adotado na ilha, que prioriza a prevenção e a educação para a saúde, reduzindo não apenas os índices de enfermidades, mas sobretudo a necessidade de atendimento e os custos com a saúde. "...mais em http://www.cebes.org.br/verBlog.asp?idConteudo=4398&idSubCategoria=30
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Sistema mercantil de saúde?!? A maioria dos médicos brasileiros "ralam", dobram plantões quase sem descanso para poderem ganhar um pouco a mais do que receberiam se trabalhassem normalmente as 8 horas de um trabalhador normal. Sabe que quem estuda medicina, não só os 6 anos do curso como os outros mais anos de residência, etc., não podem trabalhar, pois o curso é de tempo integral? Nesse tempo as famílias que não têm uma renda muito alta passam às vezes por necessidades mil para que seu filho possa terminar o curso. Depois de tudo isso, se não têm dinheiro para montar um consultório particular, devem se submeter a concursos públicos; conseguindo a vaga, terão que aceitar o salário de fome que os governos pagam. Se tiverem consultório, com as raríssimas exceções de sempre - os raros médicos bem sucedidos que só atendem particulares - deverão se filiar a algum plano de saúde que lhes pagarão uma miséria, seja para consultas, seja para cirurgias, ou outro procedimento qualquer. Se forem para um lugar como esses fins de mundo do Brasil, então é pior: não terão nem condições de tratar decentemente de um doente. Se os nossos médicos estão contra a vinda de estrangeiros é porque isso facilita a vida dos políticos que sempre acham uma maneira mais fácil de fugir dos reais problemas: na saúde, importação de médicos (que, em última análise, para os cubanos, trabalham em regime de semi-escravidão); e na educação, cotas para os que não receberam uma educação de qualidade em sua vida inteira. E o povo, coitado, tão carente, sem educação e desinformado, aplaude. Só o que ele, povo, não sabe é, que, no caso da saúde, se alguém tiver uma doença realmente grave, morrerá mesmo com um médico cubano ao seu lado, Porque o que falta, não é só um médico, mas, devido ao total descaso, é uma infraestrutura que possibilite aos médicos atender essa população nos casos mais graves. E, na educação - apesar de não ser esse o assunto - depois que os iludidos estudantes favorecidos por cotas saem das universidades (os que conseguem seguir o curso, claro) dificilmente conseguem bons empregos, pois lhes falta uma base educacional e cultura sólida, o que só conseguiriam se tivessem tido uma boa educação. Isso é fundamental. Brasil é isso: me engana que eu gosto!
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