Protestos : Qual é a da Globo?

Muita gente está entendendo o que aconteceu com a Globo em uma semana de protestos. Nos primeiros dias veio a reprovação e a manipulação de fatos, fazendo do movimento uma coisa de baderneiros e anarquistas. Como disse o Jabor, uma coisa eu não vale 20 centavos. Depois da pancadaria da sexta, só falta a Globo publicar a agenda das mobilizações e até o Jabor pediu desculpas pelo que disse. Ontem no Jornal Nacional, do nada, a apresentadora Patrícia Poeta disse que a Globo mostra todas as imagens sem nada esconder, por compromisso com a verdade. E aí, o que a gente não está vendo na telinha do plim-plim?

Na teoria que move o departamento de maldades e manipulações, este movimento não tem rumo nem lideranças, logo o poder de mídia pode influenciá-lo. A todo momento tentam associar bandeiras de seu interesse ao movimento. Apostam que com o correr das manifestações poderão direcionar todo mundo contra Dilma e obter ganhos eleitorais para o grupo de direita que apóiam.

Ontem na transmissão ininterrupta da Globonews e nas matérias do Jornal Nacional havia um apoio quase escancarado ao movimento "pacífico, ordeiro", do qual separavam "os vândalos" associados às imagens de destruição. Mesmo blindando o governo mineiro, questionaram o uso da violência em Belo Horizonte. Mostraram o Alckmin com uma cara "democrática" que não era a mesma de uma semana atrás, defendendo a livre manifestação, falando que São Paulo tomaria a frente do banimento do uso de balas de borracha contra os protestos, enfim, um amor de pessoa.

Esperam que os jovens façam como na Espanha, onde os "indignados" da Plaza del Sol em Madri, ao contestarem as medidas de austeridade do governo "socialista" acabaram puxando os votos para a direita que enterrou de vez os direitos dos trabalhadores e desempregou quase 60% dos jovens. A diferença fundamental é que na Espanha a luta era contra o desemprego e as políticas excludentes e aqui os problemas são outros. E a própria Globo é um deles.

O movimento tem como canal de informação a internet, concorrente direta das "verdades" da Globo. Ontem no Rio houve o tradicional côro "o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo" mostrando que não será tarefa fácil do poder paralelo da mídia pautar o movimento. Estão doidos para colocar na boca dos manifestantes as palavras de ordem dos seus interesses. Acorda, Brasil! Hora de discutir seriamente se vamos deixar nas mãos de seis famílias o poder de nos manipular.